quinta-feira, 28 de março de 2013

Frei Clodovis Boff defende a posição de Bento XVI sobre a Teologia da Libertação



A Teologia da Libertação volta à tona em entrevista concedida por Frei Clodovis Boff ao Jornal Folha de São Paulo, publicada no dia 11 de março de 2013, segunda-feira, em que o religioso defende a posição de Bento XVI.
 
O compromisso com os pobres é projeto essencial da Teologia da Libertação, mas tal comprometimento é consequência da fé em Cristo.

O núcleo é a vida de fé em Cristo e seu Evangelho, que gera esse e tantos mais comprometimentos. 

O reparo feito pelo então Cardeal Joseph Ratzinger (depois Papa Bento XVI), Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, livrou a Teologia da Libertação da conversão em simples ideologia, expurgando dela o método de análise marxista da realidade como meio para captação de material apto para sustentar a teologia. 
 
Para melhor inteireza, sugiro a leitura da "Instrução sobre alguns aspectos da "Teologia da Libertação"", de 6 de agosto de 1984, da Congregação para a Doutrina da Fé, onde, entre outras passagens, diz:

"Mas as « teologias da libertação », que têm o mérito de haver revalorizado os grandes textos dos profetas e do Evangelho acerca da defesa dos pobres, passam a fazer um amálgama pernicioso entre o pobre da Escritura e o proletariado de Marx. Perverte-se deste modo o sentido cristão do pobre e o combate pelos direitos dos pobres transforma-se em combate de classes na perspectiva ideológica da luta de classes. A Igreja dos pobres significa então Igreja classista, que tomou consciência das necessidades da luta revolucionária como etapa para a libertação e que celebra esta libertação na sua liturgia" (IX, n. 10).

A entrevista concedida por Frei Clodovis Boff à Folha de São Paulo pode ser lida aqui ou aqui.


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Fonte da imagem:
http://www.favic.com.br/fotos/view_photo.php?set_albumName=Simposio-de-Filosofia-2008&id=DSC01258

terça-feira, 26 de março de 2013

Início do Tempo Pascal do Ano C - Lucas (2012-2013)



Chama-se Tempo Pascal o período de cinquenta dias que vai desde o Domingo da Ressurreição do Senhor (31 de março de 2013) até o Domingo de Pentecostes (19 de maio de 2013). E serão celebrados com alegria e exultação, como se fossem um só dia de festa, ou melhor, na expressão de Santo Atanásio, "como um grande domingo" (cfr. n. 22 das Normas Universais sobre o Ano Litúrgico e o Calendário).

A cor litúrgica desse Tempo é branca. Entretanto, a cor litúrgica do Domingo de Pentecostes é vermelha.

Para a festa de São Marcos Evangelista (dia 25 de abril), de São Felipe e São Tiago Menor Apóstolos (dia 3 de maio) e de São Matias Apóstolo (dia 14 de maio de 2013), a cor litúrgica é vermelha.

Para acompanhar a liturgia desse Tempo Pascal, recomendo a consulta ao Diretório da Liturgia - 2013, nas páginas 84 a 105


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Fonte da imagem:
http://www.usf.edu.br/News97content11225.shtml

sexta-feira, 22 de março de 2013

O Papa Francisco, chamado a restaurar a Igreja



O momento é para o Papa Francisco. O noticiário volta-se para ele.

E, agora, a notícia vem do sobejamente conhecido teólogo e não menos polêmico Leonardo Boff, autor de São Francisco de Assis: ternura e vigor, publicado pela Editora Vozes.

Leonardo Boff escreveu um artigo muito positivo sobre o Papa Francisco, datado de 14 de março de 2013, publicado em sua página na internet.

Convém lê-lo:


"O Papa Francisco, chamado a restaurar a Igreja


Nas redes sociais havia anunciado que o futuro Papa iria se chamar Francisco. E não me enganei. Por que Francisco? Porque São Francisco começou sua conversão ao ouvir o Crucifixo da capelinha de São Damião lhe dizer: "Francisco, vai e restaura a minha casa; olhe que ela está em ruínas"(S.Boaventura, Legenda Maior II,1). 

Francisco tomou ao pé da letra estas palavras e reconstruíu a igrejinha da Porciúncula que existe ainda em Assis dentro de uma imensa catedral. Depois entendeu que se tratava de algo espiritual: restaurar a "Igreja que Cristo resgatara com seu sangue" (op.cit). Foi então que começou seu movimento de renovação da Igreja que era presidida pelo Papa mais poderoso da história, Inocêncio III. Começou morando com os hansenianos e de braço com um deles ia pelos caminhos pregando o evangelho em língua popular e não em latim. 

É bom que se saiba que Francisco nunca foi padre mas apenas leigo. Só no final da vida, quando os Papas proibiram que os leigos pregassem, aceitou ser diácono à condição de não receber nenhuma remuneração pelo cargo. 

Por que o Card. Jorge Mario Bergoglio escolheu o nome de Francisco? A meu ver foi exatamente porque se deu conta de que a Igreja, está em ruínas pela desmoralização dos vários escândalos que atingiram o que ela tinha de mais precioso: a moralidade e a credibilidade. 

Francisco não é um nome. É um projeto de Igreja, pobre, simples, evangélica e destituída de todo o poder. É uma Igreja que anda pelos caminhos, junto com os últimos; que cria as primeiras comunidades de irmãos que rezam o breviário debaixo de árvores junto com os passarinhos. É uma Igreja ecológica que chama a todos os seres com a doce palavra de "irmãos e irmãs". Francisco se mostrou obediente à Igreja dos Papas e, ao mesmo tempo, seguiu seu próprio caminho com o evangelho da pobreza na mão. Escreveu o então teólogo Joseph Ratzinger: "O não de Francisco àquele tipo de Igreja não poderia ser mais radical, é o que chamaríamos de protesto profético" (em Zeit Jesu, Herder 1970, 269). Ele não fala, simplesmente inaugura o novo. 

Creio que o Papa Francisco tem em mente uma Igreja assim, fora dos palácios e dos símbolos do poder. Mostrou-o ao aparecer em público. Normalmente os Papas e Ratzinger principalmente punham sobre os ombros a mozeta aquela capinha, cheia de brocados e ouro que só os imperadores podiam usar. O Papa Francisco veio simplesmente vestido de branco e com a cruz de bispo. Três pontos são de ressaltar em sua fala e são de grande significação simbólica. 

O primeiro: disse que quer "presidir na caridade". Isso desde a Reforma e nos melhores teólogos do ecumenismo era cobrado. O Papa não deve presidir com como um monarca absoluto, revestido de poder sagrado como o prevê o direito canônico. Segundo Jesus, deve presidir no amor e fortalecer a fé dos irmãos e irmãs. 

O segundo: deu centralidade ao Povo de Deus, tão realçada pelo Vaticano II e posta de lado pelos dois Papas anteriores em favor da Hierarquia. O Papa Francisco, humildemente, pede que o Povo de Deus reze por ele e o abençoe. Somente depois, ele abençoará o Povo de Deus. Isto significa: ele está aí para servir e não par ser servido. Pede que o ajudem a construir um caminho juntos. E clama por fraternidade para toda a humanidade onde os seres humanos não se reconhecem como irmãos e irmãs mas reféns dos mecanismos da economia. 

Por fim, evitou toda a espetacularização da figura do Papa. Não estendeu os braços para saudar o povo. Ficou parado, imóvel, sério e sóbrio, diria, quase assustado. Apenas se via a figura branca que olhava com carinho para a multidão. Mas irradiava paz e confiança. Usou de humor falando sem uma retórica oficialista. Como um pastor fala aos seus fiéis. 

Cabe por último ressaltar que é um Papa que vem do Grande Sul, onde estão os pobres da Terra e onde vivem 60% dos católicos. Com sua experiência de pastor, com uma nova visão das coisas, a partir de baixo, poderá reformar a Cúria, descentralizar a administração e conferir um rosto novo e crível à Igreja."


Fonte do artigo O Papa Francisco, chamado a restaurar a Igreja
http://leonardoboff.wordpress.com/2013/03/14/o-papa-francisco-chamado-a-restaurar-a-igreja/

Fonte da imagem:
http://leonardoboff.com/

terça-feira, 19 de março de 2013

Um Papa chamado Francisco!



O Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, que foi um dos participantes do último conclave (e até a imprensa deu-o como forte papável), publicou, em 18 de março de 2013, segunda-feira, na página da CNBB na internet, o artigo intitulado Um Papa chamado Francisco!. E também foi publicado hoje (dia 19, terça-feira), na página da Arquidiocese de São Paulo.

Cardeal que participou das congregações gerais que antecederam o conclave, onde se expõem as questões da Igreja e, assim, se traça o perfil do futuro Bispo de Roma que corresponda ao momento da vida eclesial e do mundo, Dom Odilo traz, em seu artigo, essa experiência do calor de quem vivenciou tudo isso e de quem já manteve os contatos iniciais com o Papa eleito - Francisco.

Afora alhures, por ser o anticlericalismo algo recorrente na América Latina, sobremodo por conta das ideologias adotadas por partidos nas suas políticas de governo (e contrárias à doutrina e ao magistério da Igreja), alguns deles até festejando a não eleição do próprio Cardeal Scherer para Papa, é importante aos católicos a leitura do artigo em tela. Ao contrário do que alguns pensam, o artigo demonstra a afinidade de pensamento entre o Papa Francisco e o Cardeal Arcebispo de São Paulo. Ambos são latino-americanos, ambos com experiência pastoral em grandes capitais (Buenos Aires e São Paulo).

"O Papa Francisco já entrou no coração do povo" - afirma Dom Odilo. E as demonstrações havidas no Vaticano e pelo mundo afora estão a confirmar essa frase. E, por aí, se vê a força atrativa que tem e terá o novo Papa junto ao povo. Isso, por certo, já incomoda e incomodará os guardiões das ideologias que contrastam com a doutrina cristã.

A Igreja, enquanto Povo de Deus, forma um todo com o clero. Onde está o Bispo, aí está a Igreja (cfr. Santo Inácio de Antioquia).

Leia, pois:

"Um papa chamado Francisco! 


por: Cardeal Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo


Quanta coisa eu gostaria de escrever neste breve artigo! Antes de tudo, louvor à Providência de Deus, que não deixa faltar Pastores à sua Igreja, que a conduzam conforme o coração de Cristo. Logo após a eleição do novo papa, ainda na Capela Sistina, os cardeais cantaram a plenos pulmões o hino de louvor à Santíssima Trindade – Te Deum laudamus! Muitos tinham lágrimas nos olhos.

A Igreja recebeu um novo Sucessor de Pedro para conduzi-la nos caminhos do Evangelho e para animar todos os seus membros no testemunho da salvação de Deus, manifestada a toda a humanidade por meio de Jesus Cristo. Participei pela primeira vez de um conclave e posso dizer que foi ocasião para uma experiência eclesial única e profunda! Pude perceber a sincera busca do melhor para a Igreja e sua missão. O Espírito Santo não dorme!

Antes de entrar no conclave, rezamos muito, tratamos com franqueza, respeito e profundo senso de responsabilidade as questões que precisavam ser tratadas em vista da escolha do novo Pontífice. O clima no Colégio Cardinalício era sereno e fraterno. A entrada em conclave, com o canto da ladainha de todos os Santos e da especial invocação do Espírito Criador – Veni Creator Spiritus – foi o início de um ato continuado de oração, que durou até à escolha do novo papa. Para tudo isso, não podia haver espaço mais apropriado que a Capela Sistina, com os esplêndidos afrescos de Miquelângelo, especialmente da grande cena do juízo universal.

Eleito o cardeal Jorge Mário Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, ele escolheu o nome de Francisco, em memória de São Francisco de Assis. Várias surpresas, deixaram desconcertados os “vaticanistas” mais experientes: um papa não-europeu, já nem tão jovem, um latino-americano da Argentina, o primeiro papa jesuíta, que toma o nome de Francisco ainda não usado por nenhum Pontífice anteriormente! Bem que Jesus disse: o Espírito Santo sopra onde quer e ninguém sabe de onde seu sopro vital vem, nem para onde vai... Precisamos todos estar atentos à sua ação, deixando-nos conduzir por Ele!

Certamente, Francisco é um nome muito indicativo das características que o novo Papa quer dar ao seu pontificado. São Francisco tinha sido um pecador, dado às vaidades do mundo; mas encontrou a misericórdia de Deus e se voltou inteiramente Ele: “meu Deus e meu tudo!” A partir de sua conversão, procurou viver o Evangelho em profundidade, cultivando a comunhão com Deus e desejando voltar-se sempre mais para Cristo, a ponto de ser chamado de “homem inteiramente cristificado”.

Não é esse mesmo o apelo que a Igreja recebe e faz a todos, desde há mais tempo?! Conversão para um renovado encontro com Deus, um discipulado verdadeiro, para a santidade de vida através da comunhão profunda com Deus, deixando-se abraçar e amar por Ele? Na sua primeira missa com o Colégio Cardinalício, no dia seguinte à sua eleição, o papa Francisco observou que, sem esta comunhão profunda com Deus e a identificação com Jesus Cristo “crucificado”, sem confessar o seu nome, a Igreja não passa de uma “ONG piedosa”... Na basílica de São Francisco, em Assisi, há uma bela escultura do Santo abraçado aos pés do Crucificado, que baixa a mão direita para abraçar Francisco.

Mas não é só isso: tendo conhecido a misericórdia e o amor infinito de Deus Pai, São Francisco passou a reconhecer em cada criatura um irmão e uma irmã; sobretudo nos homens e mulheres, buscando viver com todos a fraternidade universal, sem excluir ninguém. Coração livre, ele podia amar a todos de coração inteiro e puro. Amou sobretudo os doentes (o leproso!), os pobres, os pecadores, os supostos “inimigos”; conseguia dialogar com os “diferentes”, sem mais nenhum dos preconceitos que regulam, geralmente, as relações humanas. Que grande desafio para a Igreja e a humanidade inteira!

Outra dimensão nada secundária na escolha do Papa Francisco: Após sua conversão, o Santo de Assis ardia pelo desejo de falar a todos do amor misericordioso de Deus: “o Amor não é amado, o Amor não é amado! – saiu a gritar pelas ruas e as pessoas acharam que estivesse louco. Louco de amor a Deus! Havia compreendido a loucura de Jesus Cristo crucificado e que era preciso anunciar a todos essa bela notícia. Assim, São Francisco enviou seus frades como missionários em todas as direções. E essa dimensão missionária urge mais do que nunca em nossos dias.

Papa Francisco já entrou no coração do povo. Deus o ilumine e fortaleça! Deus abençoe toda a Igreja e a humanidade inteira através do seu ministério petrino, como servidor das ovelhas do Supremo Pastor! E São José, que festejamos no dia da inauguração solene de seu Pontificado, interceda paternalmente por Papa Francisco!"


Fonte do artigo Um Papa chamado Francisco!:
http://www.cnbb.org.br/site/articulistas/cardeal-eusebio-oscar-scheid-scj/11600-um-papa-chamado-francisco

Fonte da imagem:
http://www.cnbbsul1.org.br/em-entrevista-dom-odilo-fala-sobre-a-escolha-do-papa-francisco/

domingo, 17 de março de 2013

Francisco: o Bispo de Roma


Na primeira aparição por ocasião do anúncio habemus Papam (temos Papa), Francisco declarou ser o Bispo que o Conclave deu à Roma: "Vós sabeis que o dever do Conclave era dar um Bispo a Roma. [...] E agora iniciamos este caminho, Bispo e povo... este caminho da Igreja de Roma, que é aquela que preside a todas as Igrejas na caridade.

Das suas breves palavras de saudação, na noite romana de 13 de março de 2013, quarta-feira, faço rápidas pinceladas. A saudação de Francisco dá um toque de novidade.

Bispo e povo. Esta inafastável simbiose constitui a Igreja de Cristo, da Igreja que está em Roma, da Igreja que está na África, nas Américas, na Ásia, na Europa e na Oceania. Sempre a mesma Igreja.

A Igreja, como O Povo de Deus ora revitalizado por Francisco, é conceito muito caro ao Concílio Ecumênico Vaticano II (cfr Lumen Gentium, capítulo II). E isso fica mais claro nesta recíproca caridade - um orando pelo outro: Rezemos sempre uns pelos outros. [...] peço-vos um favor: antes de o Bispo abençoar o povo, peço-vos que rezeis ao Senhor para que me abençoe a mim; é a oração do povo, pedindo a Bênção para o seu Bispo. Façamos em silêncio esta oração vossa por mim.

Este tópico, concluo com as palavras de Marcello Semeraro, da Pontifícia Universidade Lateranense, atualmente Bispo da Diocese Suburbicária de Albano (Itália): "A noção de povo de Deus teve o mérito indubitável de ajudar os cristãos na autoconsciência renovada e amadurecida da Igreja no Vaticano II." (Povo de Deus, in Lexicon-Dicionário Teológico Enciclopédico, p. 603).

Igreja de Roma preside a todas as Igrejas na caridade. Onde está o Bispo, aí está a Igreja. O Bispo de Roma dado pelo Conclave é primus inter pares, ou seja, primeiro entre iguais (e iguais ou pares são todos os bispos da Igreja).

O Bispo de Roma preside (do latim, prae + sidere = sentar-se antes, em frente) todas as demais igrejas particulares (dioceses) espalhadas pelo mundo inteiro. A Cátedra Episcopal de Roma preside as demais cátedras episcopais.

Essa evocação de Francisco traz à realidade o príncipio da colegialidade episcopal também de muito apreço pelos Padres Conciliares do Vaticano II (cfr. Lumen Gentium, capítulo III, em especial ns. 22 e 23). Com isso, prevê-se maior e frutuoso intercâmbio entre o Bispo de Roma e os demais bispos, sob signo da caridade, envolvendo as conferências episcopais.

Ao encerrrar este tópico, trago as palavra de São Cipriano (210-258), Padre da Igreja: O episcopado é uno e indiviso... Uno é o episcopado do qual cada bispo possui simplesmente uma porção" (De catholicae Ecclesiae unitate, 4, M. Semeraro, Colegialidade, in Lexicon-Dicionário Teológico Enciclopédico, p. 112)).

Por ora, vou ficar nessas anotações sobre as novidades da saudação de Francisco, o Bispo de Roma.


Fonte da imagem:
http://www.webdiocesi.chiesacattolica.it/cci_new/s2magazine/index1.jsp?idPagina=19040

quarta-feira, 13 de março de 2013

Início da Semana Santa e do Tríduo Pascal do Ano C - Lucas (2012-2013)



A Semana Santa (também chamada a "Grande Semana" ou a "Semana da Salvação") inicia-se no dia 24 de março de 2013 (Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor) e encerra-se com as Vésperas do Domingo da Ressurreição do Senhor (31 de março de 2013).

O Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor não faz parte do Tempo da Quaresma, mas compõe a Semana Santa.

O Tríduo Pascal começa com a celebração da Missa vespertina da Ceia do Senhor, na Quinta-Feira Santa (28/3/2013), e encerra-se, fechando a Semana Santa, com as Vésperas do Domingo da Ressurreição do Senhor (31/3/2013). 

Sobre as Vésperas do Domingo da Ressurreição do Senhor, a Instrução Geral sobre a Liturgia das Horas, na parte que aqui interessa, dispõe: "As Laudes do Domingo da Ressurreição são rezadas por todos. As Vésperas, convém celebrá-las em forma solene, para festejar a tarde deste dia sagrado e comemorar as aparições do Senhor aos seus discípulos. Onde existir, conserve-se religiosamente o costume tradicional de celebrar, no dia de Páscoa, as Vésperas batismais, com a procissão ao batistério acompanhada do canto dos salmos" (n. 213) - grifei.

Para o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor (24/3/2013) a cor litúrgica é vermelha e toda a liturgia do próprio do tempo (ou seja, para este Domingo) está no Missal Romano (2ª edição típica, em uso no Brasil) às páginas 220 a 231.

Para Segunda, Terça e Quarta-Feiras da Semana Santa (25, 26 e 27/3/2013) a cor litúrgica é roxa e toda a liturgia do próprio do tempo está no Missal Romano às páginas 232 (Segunda-Feira), 233 (Terça-Feira) e 234 (Quarta-Feira).

Para a Quinta-Feira da Semana Santa (28/3/2013), há duas grandes celebrações. A primeira é na parte da manhã. O Bispo concelebra com o seu presbitério a Missa do Crisma. A cor litúrgica é roxa e a liturgia do próprio do tempo (Missa do Crisma) está no Missal Romano às páginas 235 a 246.

A segunda celebração vem ao cair da tarde dessa mesma Quinta-Feira Santa. Com a celebração da Missa vespertina da Ceia do Senhor começa o Tríduo Pascal. A cor litúrgica é branca e a liturgia do próprio do tempo (Missa vespertina da Ceia do Senhor) está no Missal Romano às páginas 247 a 253.

Para a Sexta-Feira da Semana Santa (29/3/2013) a cor litúrgica é vermelha e toda a liturgia do próprio do tempo está no Missal Romano às páginas 254 a 269. Nesta Sexta-Feira é dia de abstinência e jejum. Ao término da Celebração da Paxão do Senhor (que não é celebração de Missa), todos se retiram em silêncio e o altar é oportunamente desnudado.

Para o Sábado da Semana Santa (30/3/2013) a cor litúrgica é roxa. O Missal Romano (página 269) nada registra como próprio do tempo, isto é, neste dia, nenhuma celebração litúrgica há. No Sábado Santo, a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando a sua Paixão e Morte. A Sagrada Comunhão só pode ser dada, se for como viático. O altar permanece desnudado.

Para a Vígilia Pascal (30/3/2013) a cor litúrgica é branca. A Vigília Pascal, que se celebra na noite santa deste Sábado, compõe-se de quatro partes.

Primeira parte começa com a Solene Celebração da Luz (benção do fogo e preparação do círio), Procissão e Proclamação da Páscoa. O próprio do tempo desta primeira parte está no Missal Romano, nas páginas 270 a 278.

Segunda parte compõe-se da Liturgia da Palavra, com sete leituras do Antigo Testamento e duas do Novo Testamento (Epístola e Evangelho). E começa com a exortação do sacerdote (padre) dirigida ao povo (rubrica n. 22 do Missal Romano, página 279). Por razões pastorais, pode-se diminuir o número de leituras do Antigo Testamento para três ou, em situações especiais, para duas, não podendo, porém, ser omitida a leitura do Livro do Êxodo, capítulo 14.

O próprio do tempo desta segunda parte está no Missal Romano, nas páginas 279 a 283.

As leituras e os salmos estão, como se sabe, no Lecionário Dominical. O Evangelho (Lc 24, 1-12) está no Evangeliário, ou, se a comunidade não tiver este livro, usa-se o Lecionário Dominical, onde também  está o Evangelho (Lc 24, 1-12).

Terceira parte compõe-se da Liturgia Batismal e começa com a exortação do sacerdote (padre) dirigida ao povo (uma das exortações previstas na rubrica n. 38 do Missal Romano, página 283).

O próprio do tempo desta terceira parte está contemplada no Missal Romano, nas páginas 283 a 290.

Quarta Parte compõe-se da Liturgia Eucarística, com a Oração sobre as Oferendas (rubrica n. 42 do Missal Romano, página 290), Prefácio da Páscoa I (rubrica n. 41 do Missal Romano, página 421) e Oração Eucarística I ou Cânon Romano (Missal Romano, páginas 469 a 476).

O Rito da Comunhão está nas páginas 500 a 504 do Missal Romano.

Ritos Finais estão na página 505 do Missal Romano.

A Benção Solene da Vigília Pascal e dia de Páscoa está nas páginas 522 a 523 do Missal Romano (rubrica n. 6).

Os seguintes livros litúrgicos fazem-se necessários: Missal Romano (No Brasil, a 2ª edição típica em vigor), Lecionários (Dominical e Ferial ou Semanal) e Evangeliário.

Para acompanhar a Semana Santa, incluindo evidentemente o Tríduo Pascal, recomendo a consulta ao Diretório da Liturgia - 2013, às páginas 76 a 84.

Por fim, sugiro a leitura do "Pequeno Manual para a Semana Santa" - do site Presbíteros, que considero muito bom e prático, cujo texto pode ser lido clicando aqui.



Feliz e Santa Páscoa do Senhor!


Leia mais:

Semana Santa: fonte de resistência e esperança, por Pe. João Batista Libânio

O tríduo pascal


Fonte da primeira imagem:
http://diocesedeuruacu.com.br/blogparoquianossasenhoraaparecidaestreladonorte/?p=779

Fonte da segunda imagem:
http://www.acaojose.com.br/especial_tempo_pascal.asp

quinta-feira, 7 de março de 2013

20 momentos mais importantes do Pontificado de Bento XVI



Particularmente, a viagem de Bento XVI ao Brasil foi o momento condutor que me estimulou a criar este blog. Com esta viagem, nasceu concretamente o blog e postei pela primeira vez, em 7 de maio de 2007, sob o título Bento XVI em visita pastoral.

Bento XVI, eleito Papa em 19 de abril de 2005, iniciou o seu pontificado no dia 25 de abril de 2005 e o encerrrou no dia 28 de fevereiro de 2013, às 20,00 horas de Roma (16,00 horas de Brasília).

Da vasta atividade do Papa Bento XVI durante os seus sete anos e dez meses de pontificado, destaquei alguns momentos (importantes todos o são) e, com a leitura que se faz a partir da declaração de renúncia, alguns (viagens apostólicas na Itália) até com possível conotação a ela. Tentei organizá-los cronologicamente.

ooo0ooo

1. Início do ministério petrino. Na sua homilia da celebração da Santa Missa - para imposição do Pálio e entrega do anel de pescador para o início do ministério petrino do Bispo de Roma, Bento XVI assim se dirigiu a todos:

"Queridos amigos! Neste momento não temos necessidade de apresentar um programa de governo. Alguns aspectos daquilo que eu considero minha tarefa, já tive ocasião de os expor na mensagem de quarta-feira 20 de Abril; não faltarão outras ocasiões para o fazer. O meu verdadeiro programa de governo é não fazer a minha vontade, não perseguir ideias minhas, pondo-me contudo à escuta, com a Igreja inteira, da palavra e da vontade do Senhor e deixar-me guiar por Ele, de forma que seja Ele mesmo quem guia a Igreja nesta hora da nossa história. Em vez de expor um programa, gostaria simplesmente de procurar comentar os dois sinais com os quais é representada liturgicamente a assunção do Ministério Petrino; contudo, estes dois sinais reflectem também exactamente o que é proclamado nas leituras de hoje."

Tanto na mensagem de 20 de abril de 2005 quanto na homilia de 24 de abril, Bento XVI expressou que, no exercício do ministério petrino, sua vontade e suas idéias não estavam acima da luz de Cristo. "O meu verdadeiro programa de governo é não fazer a minha vontade, não perseguir ideias minhas, pondo-me contudo à escuta, com a Igreja inteira, da palavra e da vontade do Senhor e deixar-me guiar por Ele, de forma que seja Ele mesmo quem guia a Igreja nesta hora da nossa história" - afirmou o Papa.

Ou, como disse, na citada mensagem de 20 de abril de 2005: "Ao empreender o seu ministério o novo Papa sabe que a sua tarefa é fazer resplandecer aos olhos dos homens e das mulheres de hoje a luz de Cristo: não a sua, mas a verdadeira luz do próprio Cristo."

Bento XVI usou da sua experiência como professor que fora, para ensinar aos católicos o sentido dos sinais ou símbolos litúrgicos, e o fazia sempre que se lhe oferecia oportunidade.

Já fica claro, desde esses primeiros pronunciamentos, que Bento XVI conferiu realce ao ministério petrino no sentido de serviço - de um humilde servo da vinha do Senhor.

Ficheiro:WJT 3.JPG2. Viagem Apostólica à Colônia (Alemanha) por ocasião da XX Jornada Mundial da Juventude, realizado de 18 a 21 de agosto de 2005. Foi a primeira viagem fora da Itália, e, precisamente, uma viagem para o seu país natal. Esta viagem estaria a cargo do Papa João Paulo II, se não fosse a sua morte em 2 de abril de 2005.

Destaco alguns pronunciamentos que o Papa Bento XVI fez em Colônia, sempre relacionados à juventude, como, por exemplo, discurso na festa de acolhimento dos jovens, discurso à comunidade hebraica, discurso aos seminaristas, homilia da Santa Missa na Esplanada de Marienfeld.

Entre os vários temas presentes nos pronunciamentos, ainda ressalto a preocupação pastoral com a perda do sentido do Domingo - Dia do Senhor,  que, junto com o Sábado, é substituído pelo week-end ("fim de semana"). Neste aspecto nada melhor do que as próprias palavras do Papa na homilia da Missa na Esplanada de Marienfeld, Domingo (21 de agosto de 2005):

"É belo que hoje, em muitas culturas, o domingo seja um dia livre ou, juntamente com o sábado, constitua até o chamado "fim-de-semana" livre. Contudo, este tempo livre permanece vazio se nele não está Deus. Queridos amigos! Algumas vezes, num primeiro momento, pode parecer bastante incômodo ter que programar no domingo também a Missa. Mas se vos empenhardes, verificareis depois que é precisamente isto que dá o justo centro ao tempo livre. Não vos deixeis dissuadir de participar na Eucaristia dominical e de ajudar também os outros a descobri-la."

E muito mais pode ser conferido na programação aqui.

3. Carta Encíclica Deus Caritas Est. No primeiro ano do pontificado, no dia 25 de dezembro de 2005, o Papa assina a sua primeira encíclica Deus é amor. O apóstolo João, em sua primeira Carta já dissera que Deus é amor (1Jo 4,8). O Papa afirma: "Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo." A novidade, para começar, está em enfrentar o problema de linguagem que hoje assumiu o termo "amor".

4. Viagem Apostólica a München, Altötting e Regensburg (Alemanha, 9-14 de setembro de 2006).

Entre os muitos pronunciamentos, destaco a Aula Magna da Universidade de Regensburg, no Encontro com os Representantes das Ciências, em 12 de setembro de 2006, versando sobre fé, razão e universidade: recordações e reflexões.

Esta Aula ficou bastante conhecida por conta da errônea interpretação de trecho tomado isoladamente, fora do contexto, como ofensivo ao Islão.

O texto tem que ser lido no contexto de fé e razão, com citações históricas (e não citações próprias). Assim se referiu o Papa Bento XVI no início dessa parte da Aula Magna: "Tudo isto me voltou à mente, quando recentemente li a parte – publicada pelo professor Theodore Khoury (Münster) – do diálogo que o douto imperador bizantino Manuel II Paleólogo teve com um persa erudito sobre cristianismo e islão e sobre a verdade de ambos, talvez durante os acampamentos de inverno no ano de 1391 em Ankara."

Para mais e outros pronunciamentos (discursos ou homilias), conferir a programação aqui.

5. Viagem ao Brasil por ocasião da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe (9 a 14 de maio de 2007). Aqui, o Papa deixou a marca do seu lado pastoral.

Os objetivos da viagem estão na saudação e benção aos fiéis presentes (sacada do Mosteiro São Bento, em São Paulo, 9/7/2007, quarta-feira): abertura da 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e Caribenho e canonização de Frei Galvão.

Destaco o discurso no encontro com os jovens, homilia da Santa Missa e canonização de Frei Antônio de Sant'Anna Galvão, discurso no encontro e celebração das vésperas com os Bispos do Brasil, discurso no encontro com a comunidade (Fazenda da Esperança), discurso na sessão inaugural dos trabalhos da 5ª Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe.

Na Fazenda da Esperança, Bento XVI, referindo-se à maldade daqueles que comercializam drogas, declarou:

"Vocês devem ser os embaixadores da esperança! O Brasil possui uma estatística, das mais relevantes, no que diz respeito à dependência química de drogas e entorpecentes. E a América Latina não fica atrás. Por isso, digo aos que comercializam a droga que pensem no mal que estão provocando a uma multidão de jovens e de adultos de todos os segmentos da sociedade: Deus vai-lhes exigir satisfações. A dignidade humana não pode ser espezinhada desta maneira. O mal provocado recebe a mesma reprovação dada por Jesus aos que escandalizavam os “pequeninos”, os preferidos de Deus (cf. Mt 18, 7-10)."

E muito mais pode ser conferida na programação aqui.


6. Motu Proprio Summorum Pontificum sobre a "Liturgia romana anterior à reforma de 1970", datado de 7 de julho de 2007, trata da licitude da celebração da Missa, ou celebração da Eucaristia, na versão do Missal Romano promulgado pelo Papa Pio V e novamente promulgado pelo Papa João XXIII, em 1962. O Motu Proprio, em tradução não oficial para o português feita pela Agência Zenit, pode ser lido aqui.

7. Carta Encíclica Spe Salvi sobre a Esperança Cristã, assinada em 30 de novembro de 2007.

Saliento esta passagem que chama a cada um à sua própria reflexão, posto que, como diz o Papa, "uma esperança que não me diga respeito a mim pessoalmente não é sequer uma verdadeira esperança".

"30. Façamos um resumo daquilo que emergiu no desenrolar das nossas reflexões. O homem, na sucessão dos dias, tem muitas esperanças – menores ou maiores – distintas nos diversos períodos da sua vida. Às vezes pode parecer que uma destas esperanças o satisfaça totalmente, sem ter necessidade de outras. Na juventude, pode ser a esperança do grande e fagueiro amor; a esperança de uma certa posição na profissão, deste ou daquele sucesso determinante para o resto da vida. Mas quando estas esperanças se realizam, resulta com clareza que na realidade, isso não era a totalidade. Torna-se evidente que o homem necessita de uma esperança que vá mais além. Vê-se que só algo de infinito lhe pode bastar, algo que será sempre mais do que aquilo que ele alguma vez possa alcançar. Neste sentido, a época moderna desenvolveu a esperança da instauração de um mundo perfeito que, graças aos conhecimentos da ciência e a uma política cientificamente fundada, parecia tornar-se realizável. Assim, a esperança bíblica do reino de Deus foi substituída pela esperança do reino do homem, pela esperança de um mundo melhor que seria o verdadeiro « reino de Deus ». Esta parecia finalmente a esperança grande e realista de que o homem necessita. Estava em condições de mobilizar – por um certo tempo – todas as energias do homem; o grande objectivo parecia merecedor de todo o esforço. Mas, com o passar do tempo fica claro que esta esperança escapa sempre para mais longe. Primeiro deram-se conta de que esta era talvez uma esperança para os homens de amanhã, mas não uma esperança para mim. E, embora o elemento « para todos » faça parte da grande esperança – com efeito, não posso ser feliz contra e sem os demais – o certo é que uma esperança que não me diga respeito a mim pessoalmente não é sequer uma verdadeira esperança. E tornou-se evidente que esta era uma esperança contra a liberdade, porque a situação das realidades humanas depende em cada geração novamente da livre decisão dos homens que dela fazem parte. Se esta liberdade, por causa das condições e das estruturas, lhes fosse tirada, o mundo, em última análise, não seria bom, porque um mundo sem liberdade não é de forma alguma um mundo bom. Deste modo, apesar de ser necessário um contínuo esforço pelo melhoramento do mundo, o mundo melhor de amanhã não pode ser o conteúdo próprio e suficiente da nossa esperança. E, sempre a este respeito, pergunta-se: Quando é « melhor » o mundo? O que é que o torna bom? Com qual critério se pode avaliar o seu ser bom? E por quais caminhos se pode alcançar esta « bondade »?"

8. Viagem Apostólica aos Estados Unidos da América e visita à sede da Organização das Nações Unidas (15-21 de abril de 2008).

Em todas as viagens, Bento XVI tem mantido encontros ecumênicos. Mas, nesta, os encontros ganharam mais corpo, mais ressonância nos meios de comunicação: Encontro com os representantes de outras religiões, no Centro Cultural Pope John Paul II em Washington, D.C., no dia 17 de abril de 2008 (quinta-feira); Encontro com a Comunidade Judaica, em 17 de abril de 2008 (quinta-feira), com a entrega da Mensagem à comunidade judaica na Festa de Pesah; Encontro com os representantes da comunidade judaica, na Sinagoga do Park East, Nova Iorque, em 18 de abril de 2008 (sexta-feira); Encontro Ecumênico, na Igreja de São José, Nova Iorque, em 18 de abril de 2008 (sexta-feira).

Bento XVI orou no Marco Zero como bem ilustra a foto abaixo. Um momento de reflexão e de espiritualidade.


Este blog teve a oportunidade de postar alguns momentos da passagem do Papa pelos Estados Unidos, assim posso destacar a matéria postada sob o título Abraçar uma cultura de justiça e verdade.

Entre as variedades de discursos, homilias, registro o Discurso de Bento XVI no Encontro com os Membros da Assembléia Geral das Nações Unidas, Nova Iorque, em 18 de abril de 2008 (sexta-feira).

E muito mais pode ser conferida na programação aqui.

9. Viagem Apostólica a Sidney (Austrália) por ocasião da XXIII Jornada Mundial da Juventude (12-21 de julho de 2008).

Para comunicar-se com a juventude, Bento XVI usou as mensagens via celular - SMS (short message service, em português "serviço de mensagens curtas"). Foi muito interessante!

O tema da Jornada foi: "Recebereis a força do Espírito Santo, que virá sobre vós, e sereis minhas testemunhas" (Act 1, 8). A centralidade da Jornada foi o Espírito Santo.

E muito mais pode ser conferida na programação aqui.

10. Viagem Apostólica à França por ocasião do 150º aniversário das aparições de Lourdes (12-15 de setembro de 2008).

Aqui quero destacar o Discurso no Collège des Bernardins, Paris, por ocasião do Encontro com o Mundo da Cultura, em 12 de setembro de 2008, e Homilia da Santa Missa no 150º Aniversário das Aparições, Prairie, Lourdes, domingo, 14 de setembro de 2008.

Para mais detalhes desta viagem, pronunciamentos (discursos e homilias), conferir a programação aqui.

11. Peregrinação à Terra Santa (8-15 de maio de 2009).

Estar na Terra Santa é manter o contato físico com tudo aquilo que lembra a presença de Jesus de Nazaré. Terra berço do cristianismo.

Bento XVI esteve em diversos lugares, participou de muitos encontros, visitas, celebrações, pronunciamentos e homilias. E muito mais pode se conferido aqui.

12. Carta Encíclica Caritas in Veritate sobre o desenvolvimento humano integral na caridade e na verdade, assinada em 29 de junho de 2009.

Dela já cuidei, ligeiramente, em duas oportunidades: aqui e ali.

É a terceira e última Encíclica do pontificado de Bento XVI, conquanto haja rumores de que uma quarta Encíclica sobre a Fé estava em preparo.

Bento XVI confessa:

"Estou ciente dos desvios e esvaziamento de sentido que a caridade não cessa de enfrentar com o risco, daí resultante, de ser mal entendida, de excluí-la da vida ética e, em todo o caso, de impedir a sua correcta valorização. Nos âmbitos social, jurídico, cultural, político e económico, ou seja, nos contextos mais expostos a tal perigo, não é difícil ouvir declarar a sua irrelevância para interpretar e orientar as responsabilidades morais. Daqui a necessidade de conjugar a caridade com a verdade, não só na direcção assinalada por S. Paulo da « veritas in caritate » (Ef 4, 15), mas também na direcção inversa e complementar da « caritas in veritate ». A verdade há-de ser procurada, encontrada e expressa na « economia » da caridade, mas esta por sua vez há-de ser compreendida, avaliada e praticada sob a luz da verdade. Deste modo teremos não apenas prestado um serviço à caridade, iluminada pela verdade, mas também contribuído para acreditar a verdade, mostrando o seu poder de autenticação e persuasão na vida social concreta. Facto este que se deve ter bem em conta hoje, num contexto social e cultural que relativiza a verdade, aparecendo muitas vezes negligente se não mesmo refractário à mesma."

13. Visita à região dos Abruzos na Itália atingida por um terremoto. Em 28 de abril de 2009, Bento XVI esteve em Coppito, L'Aquila, e lá se encontrou com os fiéis e com os que prestaram socorro.


No discurso, Bento XVI fez menção ao Papa Celestino V (1215-1296), que renunciou ao pontificado em 1294. Sobre a urna dos despojos do Papa Celestino V, Bento XVI deixou o seu Pálio do dia do início do pontificado. Ou nas próprias palavras do Papa Bento XVI:

"Iniciei esta minha visita de Onna, tão fortemente atingida pelo sismo, pensando nas outras comunidades vítimas do terramoto. Todas as vítimas desta catástrofe, estão no meu coração: crianças, jovens, adultos, idosos, abruzeses e de outras regiões da Itália e também de diversas nações. A paragem na Basílica de Collemaggio, para venerar os despojos do santo Papa Celestino V, permitiu-me ver de perto o coração ferido desta cidade. Quis que fosse uma homenagem à história e à fé da vossa terra, e a todos vós, que vos identificais com este Santo. Sobre a sua urna, como Vossa Excelência recordou, Senhor Presidente da Câmara Municipal, deixei como sinal da minha participação espiritual o Pálio que me foi imposto no dia do início do meu Pontificado. Foi também muito comovedor para mim rezar diante da Casa do Estudante, onde muitas jovens vidas foram ceifadas pela violência do sismo. Ao atravessar a cidade, dei-me conta ainda mais de quanto tenham sido graves as consequências do terramoto."

Em português, o discurso à população de Áquila com a oração do Santo Padre pode ser conferido aqui.

14.  Carta Pastoral aos Católicos na Irlanda, datada de 29 de março de 2010.

O Papa Bento XVI, fervoroso combatente dos abusos sexuais (pedofilia) no meio clerical da Igreja Católica, iniciou escrevendo dura e incisamente: "Amados Irmãos e Irmãs da Igreja na Irlanda, é com grande preocupação que vos escrevo como Pastor da Igreja universal. Como vós, fiquei profundamente perturbado com as notícias dadas sobre o abuso de crianças e jovens vulneráveis da parte de membros da Igreja na Irlanda, sobretudo de sacerdotes e religiosos. Não posso deixar de partilhar o pavor e a sensação de traição que muitos de vós experimentastes ao tomar conhecimento destes actos pecaminosos e criminais e do modo como as autoridades da Igreja na Irlanda os enfrentaram."

Mas o Papa faz ver que a questão de abuso de menores não é algo específico da Irlanda ou da Igreja, com estas palavras: "Na realidade, como muitos no vosso país revelaram, o problema do abuso dos menores não é específico nem da Irlanda nem da Igreja. Contudo a tarefa que agora tendes à vossa frente é enfrentar o problema dos abusos que se verificaram no âmbito da comunidade católica irlandesa e de o fazer com coragem e determinação. Ninguém pense que esta dolorosa situação se resolverá em pouco tempo. Foram dados passos em frente positivos, mas ainda resta muito para fazer. É preciso perseverança e oração, com grande confiança na força restabelecedora da graça de Deus."

Bento XVI não esconde a desilução que muitos ainda sofrem: "Sei que alguns de vós têm dificuldade até de entrar numa igreja depois do que aconteceu."

Por fim,

ORAÇÃO PELA IGREJA NA IRLANDA


Deus dos nossos pais,
Renova-nos na fé que é para nós vida e salvação
na esperança que promete perdão e renovação interior,
na caridade que purifica e abre os nossos corações
para te amar, e em ti, amar todos os nossos irmãos e irmãs.

Senhor Jesus Cristo
possa a Igreja na Irlanda renovar o seu milenário compromisso
na formação dos nossos jovens no caminho da verdade,
da bondade, da santidade e do serviço generoso à sociedade.

Espírito Santo, consolador, advogado e guia,
inspira uma nova primavera de santidade e de zelo apostólico
para a Igreja na Irlanda.

Possa a nossa tristeza e as nossas lágrimas
o nosso esforço sincero por corrigir os erros do passado,
e o nosso firme propósito de correcção,
dar abundantes frutos de graça
para o aprofundamento da fé
nas nossas famílias, paróquias, escolas e associações,
e para o progresso espiritual da sociedade irlandesa,
e para o crescimento da caridade, da justiça, da alegria
e da paz, na inteira família humana.

A ti, Trindade,
com plena confiança na amorosa protecção de Maria,
Rainha da Irlanda, nossa Mãe,
e de São Patrício, de Santa Brígida e de todos os santos,
recomendamos a nós próprios, os nossos jovens,
e as necessidades da Igreja na Irlanda.

Amém.

15. Visita Pastoral a Sulmona (Itália) no dia 4 de julho de 2010. Esta visita pastoral se destaca pelo apelo que Bento XVI fez à figura do Papa Celestino V, conhecido como São Pedro Celestino.

Vale conferir a homilia do Papa Bento XVI na Concelebração Eucarística na Praça Garibaldi - Sulmona, no domingo, 4 de julho de 2010, lendo aqui.

16. Viagem Apostólica ao Reino Unido (16-19 de setembro de 2010).

Dentre tantos pronunciamentos, assinalo o Discurso no Encontro com as Autoridades Civis, no Parlamento de Londres, em 17 de setembro de 2010, e a Homilia de Bento XVI na Santa Missa com a beatificação do venerável Cardeal John Henry Newman, no Cofton Park de Rednal - Birmingham, no Domingo, 19 de setembro de 2010.

Toda a programação dessa viagem pode ser conferida aqui.

17. Viagem Apostólica à Alemanha (22-25 de setembro de 2011).

Aqui quero destacar a visita do Bento XVI ao Parlamento Federal no Palácio do Reichstag de Berlim, no dia 22 de setembro de 2011. E já havíamos postado a matéria Bento XVI discursa no parlamento alemão.

Essa visita de um Papa ao Parlamento Alemão é histórica. E o discurso de Bento XVI, em português, e vídeo podem ser conferidos aqui.

E mais detalhes dessa viagem podem ser conferidos aqui.

18. Carta aos Seminaristas, datada de 18 de outubro de 2010.

Nesta Carta, Bento XVI fala da sua vocação. Fala do Seminário: "O Seminário é uma comunidade que caminha para o serviço sacerdotal" - afirma o Papa.

E fala de Deus na liturgia: "Para nós, Deus não é só uma palavra. Nos sacramentos, dá-Se pessoalmente a nós, através de elementos corporais. O centro da nossa relação com Deus e da configuração da nossa vida é a Eucaristia; celebrá-la com íntima participação e assim encontrar Cristo em pessoa deve ser o centro de todas as nossas jornadas".

19. Carta Apostólica sob forma de Motu Proprio Porta Fidei com a qual se proclama o Ano da Fé, datada de 11 de outubro de 2011.


O Ano da Fé é um desses tempos fortes dentro da Igreja. Iniciado no dia 11 de outubro de 2012, o Ano da Fé vai até 24 de novembro de 2013 - Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo (A Festa de Cristo Rei).

Inaugurado o Ano da Fé 2012-2013, o Papa Bento XVI o enriqueceu com um ciclo de catequeses dedicadas ao Ano Fé, proferidas nas Audiências Gerais das Quartas-Feiras, cujos textos em português e vídeos podem ser conferidos aqui.

O Ano da Fé, a Campanha da Fraternidade-2013 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e a Jornada Mundial da Juventude são três eventos eclesiais que se comunicam entre si. O primeiro abrange todas as camadas etárias da Igreja. Os dois últimos privilegiam a juventude, mas congregam toda a Igreja. Entretanto, é sabido que em todos os eventos estão a família e a juventude.

20. Viagem Apostólica ao México e à República de Cuba (23-29 de março de 2012).

Aqui ganhou destaque na mídia o encontro entre Bento XVI e Fidel Castro. Entretanto, não se pode esquecer que esta viagem compreendeu a visita a dois países - México e Cuba, ambos com fortes raízes católicas.

Extensa programação pode ser conferida aqui.

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Os pronunciamentos do Papa Bento XVI, emitidos depois da declaração da renúncia, não escondem certa divisão no seio da Igreja hierárquica, individualismos etc. e que as coisas precisam ser retomadas ou reformadas:

Renúncia. Bento XVI fez questão de frisar a que serve a sua renúncia - para o bem da Igreja, como se lê, por exemplo, nesta passagem: "Nestes últimos meses, senti que as minhas forças tinham diminuído, e pedi a Deus com insistência, na oração, que me iluminasse com a sua luz para me fazer tomar a decisão mais justa, não para o meu bem, mas para o bem da Igreja . Dei este passo com plena consciência da sua gravidade e também novidade, mas com uma profunda serenidade de espírito. Amar a Igreja significa também ter a coragem de fazer escolhas difíceis, dolorosas, tendo sempre diante dos olhos o bem da Igreja e não a nós mesmos." (Audiência Geral, Quarta-Feira, 27 de fevereiro de 2013, na Praça de São Pedro).

Concílio Vaticano II. Bento XVI incentiva a aplicação do Concílio Ecumênico Vaticano II - concílio real deve ganhar espaço sobre o concílio virtual, com estas palavras: "Sabemos como este Concílio dos meios de comunicação era acessível a todos. Por isso, acabou por ser o predominante, o mais eficiente, tendo criado tantas calamidades, tantos problemas, realmente tanta miséria: seminários fechados, conventos fechados, liturgia banalizada... enquanto o verdadeiro Concílio teve dificuldade em se concretizar, em ser levado à realidade; o Concílio virtual era mais forte que o Concílio real. Mas a força do Concílio era real, estava presente e, pouco a pouco, vai-se realizando cada vez mais e torna-se a verdadeira força, que constitui também a verdadeira reforma, a verdadeira renovação da Igreja. Parece-me que, passados cinquenta anos do Concílio, vemos como este Concílio virtual se desfaz em pedaços e desaparece, enquanto se afirma o verdadeiro Concílio com toda a sua força espiritual. E é nossa missão, precisamente neste Ano da Fé, começando deste Ano da Fé, trabalhar para que o verdadeiro Concílio, com a própria força do Espírito Santo, se torne realidade e seja realmente renovada a Igreja. Temos esperança de que o Senhor nos ajudará. Eu, retirado, com a minha oração estarei sempre convosco e, juntos, caminhemos com o Senhor, na certeza de que vence o Senhor! Obrigado!" (Encontro com o Clero de Roma, Sala Paulo VI, em 14 de fevereiro de 2013).

Igreja. Bento XVI esclarece que a Igreja é de Cristo, com estas palavras: "Gostaria de vos deixar um pensamento simples, que me está muito a peito: um pensamento sobre a Igreja, sobre o seu mistério, que constitui para todos nós — podemos dizer — a razão e a paixão da vida. Deixo-me ajudar por uma expressão de Romano Guardini, escrita precisamente no ano em que os Padres do Concílio Vaticano II aprovavam a Constituição Lumen Gentium, no seu último livro, com uma dedicatória pessoal também para mim; portanto as palavras deste livro são-me particularmente queridas. Diz Guardini: A Igreja «não é uma instituição pensada e construída sob um projecto.... mas uma realidade viva... Ela vive ao longo do tempo, no futuro, como todos os seres vivos, transformando-se... E no entanto na sua natureza permanece sempre a mesma, e o seu coração é Cristo». Foi a nossa experiência, ontem, parece-me, na Praça: ver que a Igreja é um corpo vivo, animado pelo Espírito Santo e vive realmente pela força de Deus. Ela está no mundo, mas não é do mundo: é de Deus, de Cristo, do Espírito. Vimos isto ontem. Por isso é verdadeira e eloquente também outra famosa expressão de Guardini: «A Igreja desperta nas almas». A Igreja vive, cresce e desperta nas almas, que — como a Virgem Maria — acolheram a Palavra de Deus e a conceberam por obra do Espírito Santo; oferecem a Deus a própria carne e, precisamente na sua pobreza e humildade, tornam-se capazes de gerar Cristo hoje no mundo. Através da Igreja, o Mistério da Encarnação permanece para sempre presente. Cristo continua a caminhar através dos tempos e em todos os lugares." (Saudação de despedida aos Cardeais presentes em Roma, Sala Clementina, quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013).

Peregrino. O Papa Bento XVI despede-se, agora apenas um peregrino, com estas palavras: "Sou simplesmente um peregrino que inicia a última etapa da sua peregrinação nesta terra. Mas quero ainda, com o meu coração, o meu amor, com a minha oração, a minha reflexão, com todas as minhas forças interiores, trabalhar para o bem comum, o bem da Igreja e da humanidade. E sinto-me muito apoiado pela vossa simpatia. Unidos ao Senhor, vamos para diante a bem da Igreja e do mundo. Obrigado!"  (Breve Saudação aos fiéis da Diocese de Albano, Balcão Central do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013).


Há muito mais. Por exemplo, as catequeses das Audiências das Quartas-Feiras, de 27 de abril de 2005 a 27 de fevereiro de 2013, que acompanharam todo o pontificado de Bento XVI. E mais viagens e documentos.

A declaração de renúncia de Bento XVI foi (e continuará sendo), em si, talvez o maior e mais profundo de todos os momentos do pontificado. Não encontra paralelo na história recente da Igreja. É uma grande novidade. E o Papa disse

"Dei este passo com plena consciência da sua gravidade e também novidade, mas com uma profunda serenidade de espírito. Amar a Igreja significa também ter a coragem de fazer escolhas difíceis, dolorosas, tendo sempre diante dos olhos o bem da Igreja e não a nós mesmos."

Boa leitura!


Leia mais:

700 anos da canonização de Celestino V: restos mortais 'vestirão' Pálio Papal doado por Bento XVI

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700 anos da canonização de Celestino V: restos mortais 'vestirão' Pálio Papal doado por Bento XVI

Bento XVI deixa um legado cheio de altos e baixos


Fonte da primeira imagem:
http://www.news.va/pt/news/bento-xvi-renuncia-ao-pontificado-6

Fonte da segunda imagem:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jornada_Mundial_da_Juventude

Fonte da terceira imagem:
http://www.fazenda.org.br/institucional/visita-papa.php

Fonte da quarta imagem:
http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=257771

Fonte da quinta imagem:
http://correio.rac.com.br/_conteudo/2013/02/capa/mundo/30004-celestino-v-unico-papa-a-renunciar-antes-de-bento-xvi.html

Fonte da sexta imagem:
http://www.annusfidei.va/content/novaevangelizatio/pt/gallery.html

Fonte da sétima imagem:
http://www.vatican.va/bxvi/omaggio/index_po.html

sexta-feira, 1 de março de 2013

O último adeus do Papa Bento XVI



O último Adeus de Bento XVI ocupa hoje o noticiário da mídia.

A imagem diz tudo e a todos diz. Balcão Central do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013.

Eis a histórica saudação do Papa Bento XVI:

"Obrigado! Obrigado a todos vós!

Queridos amigos, sinto-me feliz por estar convosco, rodeado pela beleza da criação e pela vossa simpatia, que me faz muito bem. Obrigado pela vossa amizade, o vosso afecto! Sabeis que este meu dia é diferente dos anteriores. Já não sou Sumo Pontífice da Igreja Católica: até às oito horas da tarde, ainda o sou; depois já não. Sou simplesmente um peregrino que inicia a última etapa da sua peregrinação nesta terra. Mas quero ainda, com o meu coração, o meu amor, com a minha oração, a minha reflexão, com todas as minhas forças interiores, trabalhar para o bem comum, o bem da Igreja e da humanidade. E sinto-me muito apoiado pela vossa simpatia. Unidos ao Senhor, vamos para diante a bem da Igreja e do mundo. Obrigado!

Agora, de todo o coração, dou-vos a minha Bênção: "Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo".

Obrigado! Boa noite! Obrigado a todos vós!"


Fonte da imagem:
http://www.osservatoreromano.va/portal/dt?JSPTabContainer.setSelected=JSPTabContainer%252FHome