domingo, 30 de dezembro de 2012

A paz: dom de Deus e obra do homem



A paz não é um sonho, nem uma utopia; a paz é possível.

O Papa Bento XVI já divulgou a Mensagem para o XLVI Dia Mundial da Paz, a ser comemorado no dia 1º de janeiro de 2013.

A paz começa consigo mesmo, passando da paz interior para a paz exterior. Nesse sentido, Bento XVI esclarece:

"A paz envolve o ser humano na sua integridade e supõe o empenhamento da pessoa inteira: é paz com Deus, vivendo conforme à sua vontade; é paz interior consigo mesmo, e paz exterior com o próximo e com toda a criação."

O texto integral da Mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial da Paz, em português, pode ser lido aqui.

Às leitoras e aos leitores desejo


Feliz e próspero 2013!


Leia mais:

Mensagem de Sua Santidade Papa Paulo VI para a celebração do I Dia Mundial da Paz - 1 de janeiro de 1968


Fonte da imagem:
http://www.arquidiocesebh.org.br/site/noticias.php?id_noticia=4702

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Balanço pastoral de Bento XVI: Discurso à Cúria Romana



O Papa Bento XVI se encontrou no dia 21 de dezembro de 2012, sexta-feira, na Sala Clementina, com os membros do Colégio Cardinalício, representantes da Cúria Romana e do Governatorado. E, nessa oportunidade de apresentação dos votos natalícios, o Papa dirigiu a eles discurso de grande variedade de temas atuais, que envolvem a Igreja e o Pontificado no ano de 2012.

Ou, como afirma o Papa:

"Encontramo-nos no fim de mais um ano, também este caracterizado - na Igreja e no mundo - por muitas situações atribuladas, por grandes problemas e desafios, mas também por sinais de esperança. Limito-me a mencionar alguns momentos salientes no âmbito da vida da Igreja e do meu ministério petrino."

Entre a variedade de temas abordados no discurso, destaco: família, diálogo e anúncio. O discurso dá forma analítica a cada um dos temas. Por exemplo, o tema diálogo se decompõe em diálogo com os Estados, diálogo com a sociedade e diálogo com as religiões.

O texto integral do discurso, em português, pode ser lido aqui.


Leia mais:

Quem defende Deus defende o homem


Fonte da imagem:
http://govvota.blogspot.com.br/2012/12/discurso-do-papa-bento-xvi-curia-romana.html

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O nascimento de Cristo desafia-nos a reconsiderar o nosso modo de viver, diz Bento XVI.


http://www.osservatoreromano.va/orportal-portlets-portal/detail/binaries/news/vaticano/2012/293q12-in-un-articolo-per-il--financial-times--di-/financialtimes.jpg

Ele [Cristo] traz esperança a todos os que, como ele mesmo, vivem à margem da sociedade.

O jornal inglês "Financial Times" pediu ao Papa Bento XVI um artigo sobre a celebração do Natal de Jesus em tempos de auteridade e o compromisso dos cristãos na transformação do mundo. O Papa, excepcionalmente, atendeu à solicitação e o artigo foi publicado no dia 19 de dezembro de 2012, quarta-feira, cujo texto em inglês pode ser lido aqui e, em italiano (tradução), aqui.

Bento XVI parte da passagem bíblica - Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus (Mc 12,17) -, que dá uma dimensão de reflexão sobre a não politização da religião e a não divinização do poder temporal. Daí, afirma o Papa: "[...] o nascimento do menino Jesus marcou o fim da antiga ordem, o mundo pagão, no qual as reivindicações de César pareciam impossíveis de desafiar."

E também:

"O nascimento de Cristo desafia-nos a reconsiderar as nossas prioridades e valores, o nosso modo de viver. E enquanto o Natal é sem dúvida um tempo de grande alegria, é também uma ocasião para uma reflexão profunda, aliás, um exame de consciência. No fim de um ano que significou privações económicas para muitos, o que podemos aprender da humildade, da pobreza, da simplicidade da imagem do presépio?"


Reproduzo, na íntegra, o mencionado artigo de Bento XVI, em tradução para o português, divulgado pelo L'Osservatore Romano, edição de 21 de dezembro de 2012, sexta-feira, como segue:

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«Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus» foi a resposta de Jesus quando lhe perguntaram o que pensava sobre o pagamento dos impostos. Obviamente, os que o interrogavam desejam preparar-lhe uma armadilha. Queriam obrigá-lo a tomar uma posição no debate político inflamado sobre a dominação romana na terra de Israel. E o que estava em jogo era ainda mais: se Jesus fosse realmente o Messias esperado, então certamente ter-se-ia oposto aos dominadores romanos. Portanto, a pergunta era calculada para o desmascarar como uma ameaça para o regime ou como um impostor. A resposta de Jesus leva habilmente a questão a um nível superior, atestando com fineza contra a politização da religião e a deificação do poder temporal, e contra a incansável busca da riqueza. Os seus interlocutores deviam entender que o Messias não era César, e que César não era Deus. O reino que Jesus vinha instaurar era de uma dimensão absolutamente superior. Como respondeu a Pôncio Pilatos: «O meu reino não é deste mundo». 

As narrações de Natal do Novo Testamento têm a finalidade de expressar uma mensagem semelhante. Jesus nasceu durante um «recenseamento do mundo inteiro», desejado por César Augusto, o imperador famoso por ter levado a Pax Romana a todas as terras submetidas ao domínio romano. E no entanto, este menino, nascido num obscuro e distante recanto do império, estava para oferecer ao mundo uma paz muito maior, verdadeiramente universal nas suas finalidades e para além de qualquer limite de espaço e de tempo. 

 Jesus é-nos apresentado como herdeiro do rei David, mas a libertação que ele trouxe ao próprio povo não dizia respeito à vigilância dos exércitos inimigos; ao contrário, tratava-se de vencer o pecado e a morte para sempre. O Menino Jesus, vulnerável e débil em termos mundanos, tão diverso dos dominadores terrenos, é o verdadeiro rei do céu e da terra. 

O nascimento de Cristo desafia-nos a reconsiderar as nossas prioridades e valores, o nosso modo de viver. E enquanto o Natal é sem dúvida um tempo de grande alegria, é também uma ocasião para uma reflexão profunda, aliás, um exame de consciência. No fim de um ano que significou privações económicas para muitos, o que podemos aprender da humildade, da pobreza, da simplicidade da imagem do presépio? 

A narração do Natal pode introduzir-nos a Cristo, tão indefeso e tão facilmente abordável. O Natal pode ser o tempo no qual aprendemos a ler o Evangelho, a conhecer Jesus não só como o Menino da manjedoura, mas como aquele no qual reconhecemos o Deus que se fez Homem. 

É no Evangelho que os cristãos encontram inspiração para a vida diária e para o seu envolvimento nas questões do mundo – quer isto aconteça no Parlamento quer na Bolsa. Os cristãos não deveriam fugir do mundo; ao contrário, deviam ter zelo por ele. Mas a sua participação na política e na economia deveria transcender qualquer forma de ideologia. 

Os cristãos combatem a pobreza porque reconhecem a dignidade suprema de todos os seres humanos, criados à imagem de Deus e destinados à vida eterna. Os cristãos lutam por uma partilha equilibrada dos recursos da terra porque estão convictos de que, como administradores da criação de Deus, temos o dever de zelar pelos mais débeis e vulneráveis, agora e no futuro. Os cristãos opõem-se à avidez e à exploração, convictos de que a generosidade e um amor abnegado, ensinados e vividos por Jesus de Nazaré, são o caminho que leva à plenitude da vida. A fé cristã no destino transcendente de cada ser humano implica a urgência da tarefa de promover a paz e a justiça para todos. Dado que tais fins são partilhados por muitos, é possível uma grande e frutuosa colaboração entre os cristãos e os outros. Todavia, os cristãos dão a César só o que é de César, mas não o que pertence a Deus. Às vezes ao longo da história os cristãos não podiam aceitar as exigências feitas por César. Desde o culto do imperador da antiga Roma até aos regimes totalitários do século que acabou de transcorrer, César procurou ocupar o lugar de Deus. Quando os cristãos rejeitaram ajoelhar-se diante dos falsos deuses propostos nos nossos tempos, não foi porque tinham uma visão antiquada do mundo. Pelo contrário, isto acontece porque estão livres dos vínculos da ideologia e são animados por uma visão tão nobre do destino humano, que não possa aceitar comprometimentos em relação a nada que o possa ameaçar. 

Na Itália, muitos presépios são adornados com ruínas dos antigos edifícios romanos como pano de fundo. Isto demonstra que o nascimento do Menino Jesus marcou o fim da antiga ordem, o mundo pagão, no qual as reivindicações de César pareciam impossíveis de desafiar. Agora temos um rei novo, o qual não confia na força das armas, mas no poder do amor. Ele traz esperança a todos os que, como ele mesmo, vivem à margem da sociedade. Traz esperança a quantos são vulneráveis nos destinos mutáveis de um mundo precário. Desde a manjedoura, Cristo chama-nos a viver como cidadãos do seu reino celeste, um reino que cada pessoa de boa vontade pode ajudar a construir aqui na terra. 

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Fonte da primeira imagem:
http://www.osservatoreromano.va/portal/dt?JSPTabContainer.setSelected=JSPTabContainer%2FDetail&last=false=&path=/news/vaticano/2012/293q12-In-un-articolo-per-il--Financial-Times--di-.html&title=Cristiani%20senza%20compromessi&locale=pt

Fonte da segunda imagem:
http://comunidadecatolicagratidao.blogspot.com.br/2011/12/onde-esta-manjedoura.html

Fonte do texto (em português):
http://www.osservatoreromano.va/portal/dt?JSPTabContainer.setSelected=JSPTabContainer%2FDetail&last=false=&path=/news/vaticano/2012/293q12-In-un-articolo-per-il--Financial-Times--di-.html&title=Cristiani%20senza%20compromessi&locale=pt

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Diálogo na intimidade - Palavra: AMOR


Bom, mãe, vou me preparar para nascer.

E a solene festa do nascimento de Jesus está chegando, motivo e razão da nossa alegria e da nossa esperança.

Há tempos Padre Javier Mateo Arana, do clero diocesano da Diocese de Santos, escreveu um texto a que deu o nome de "Diálogo na intimidade  - Palavra: AMOR", e recentemente publicado no Jornal Presença Diocesana (Jornal Mensal da Diocese de Santos - SP) - Dezembro - 2012 - nº 136 - ano 12 - p. 11.

Como o título diz, o diálogo se passa no mais profundo do ser humano, entre mãe e filho - Maria e Jesus. É o diálogo da vida. Tudo se sustenta no AMOR.

"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade" (Jo 1,14).

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"Diálogo na intimidade - Palavra: AMOR

- Mãe, cheguei! 
- Assim, tão de repente? 
- Foi só a Senhora dizer para o anjo aquilo de “Eis aqui a escrava do Senhor...” que eu aproveitei a deixa (aliás, esperada desde sempre) e eis-me aqui...
- Então tu estavas escu- tando tudo escondido entre as flores? 
- É, estava na boca do anjo Gabriel. Acompanhei tudo e estava torcendo para que tu, mãe, acreditasse naquilo de que “...para Deus nada é impossível...” 
-É, filho, não foi nada fácil... sei que lá pelo século XXI, as pessoas vão dizer que ... “Assim, qualquer um, pudera...”. Mas não foi fácil. Pois logo pensei em José. Coitado! Não ia entender nada, que nem eu. Acho que teu Pai nos pegou desprevenidos. Acho que nem José, nem eu estávamos preparados para tanto. 
- É, mãe, as coisas de Deus são assim. Elas passam pelo coração, antes de acontecer na cabeça. 
- Meu filho, quem sabe destas coisas é a tua mãe. Fiquei sem saber por onde começar. Porque eu disse para o anjo: Olha, eu não conheço homem nem pensei em nada sério e depois, pensei, não adianta falar comigo se José não está aqui para opinar... Aí o anjo me contou e começou a dizer coisas tão bonitas e verdadeiras que fiquei pasma. Estava tudo preparado. O anjo só queria me arrancar o “OK” e eu me abandonei totalmente à Palavra. Porque apareceu em cena o Espírito Santo. 
- Ah! Esse eu conheço. Meu Pai e Eu estamos sempre ligados a Ele. É como se nós pegássemos o ar d’Ele. 
- Ele, de fato, foi muito gentil comigo. Me cobriu com sua sombra e eu fiquei grávida de Ti, por causa do Amor. Que Esposo Maravilhoso! 
- Sabes, mãe? Aqui dentro está tudo tão bom...! Que experiência única, mãe. Eu que sou Deus me encontro aqui, no teu interior de mãe, esperando o tempo passar e nascer de ti... 
- Eu também, filho, sinto um bem-estar pleno de mãe. Agora sei que começo a sentir aquela saudação do anjo... “Alegra-te, ó tu que tens o favor de Deus, o Senhor está contigo... Teu filho estás aqui dentro, meu tesouro”. 
- E, Eu, Deus, estou me alimentando de ti, mãe. Tu achas, mãe, que alguém pode entender estas coisas? 
- Acho que não meu filho. Embora Isabel, a prima, tenha falado umas coisas que me encheram de rubor. 
- O que disse? 
- Ela levantou os braços, veio ao meu encontro e... “Bendita és tu mais do que todas as mulheres. Bendito é também o fruto do teu ventre”. Fiquei passada. Não sabia como ela poderia ter descoberto este segredo que era coisa do Anjo e minha. 
- Reparaste, mãe, que tudo aconteceu numa aldeia perdida, desconhecida, sem importância? Eu gosto de gente que nem tu, mãe, do povo, gente simples, decidida e que assume as coisa pra valer. Estou orgulhoso de ti, mãe. 
- Pois imagina eu, filho. Não sei muito bem o que me espera por ser tua mãe, mas por enquanto “a minha alma exalta o Senhor e meu espí- rito se encheu de júbilo por causa de Deus, meu Salvador, porque Ele pôs os olhos sobre sua humilde Serva.”  
- Eu já ouvi estas palavras e outras mais, na casa de Isabel. Achei-as geniais. Só tu, mãe, pra falar coisas tão bonitas. Mas eu acho que estas palavras, mãe, vão dar dor de cabeça no futuro. 
- É filho, mas foi o que o Espírito Santo me inspirou na hora. 
- Como é bom falar contigo, mãe. 
- Melhor é te sentir aqui dentro, filho. 
- Falta muito pra eu nascer, mãe? 
- Acho que é questão de dias, filho. Estou um pouco nervosa porque temos que viajar para Belém, e sabes como é difícil mulher grávida andar por estes caminhos empoeirados. 
- Estou doidinho pra ver tua cara. Deve ser linda. 
- E eu estou sonhando com os teus olhos. Não sei se serão castanhos como os meus ou da cor do Espírito Santo. 
- Bom, mãe, vou me preparar para nascer. 
- Descansa meu filho. 
- Descansa mãe, até o dia 25. 
- Vinte e cinco, filho? 
- Acho que sim, mãe. 
- Ah! Não fala assim que eu vou chorar de alegria, filho. 
 - Mãe, não te ponhas assim tão romântica.  
- E posso?!..."

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Às leitoras e aos leitores desejo 
 

Feliz e Santo Natal do Senhor


Fonte do texto:
Jornal Presença Diocesana (Jornal Mensal da Diocese de Santos - SP) - Dezembro - 2012 - nº 136 - ano 12 - p. 11
www.unisantos.br/upload/publicacao_1354889216559_136_jp_2012_dezembro.pdf
 
Fonte da primeira imagem:
http://www.paroquiadocarmo.org.br/album_select_content.asp?cod_album=40

Fonte da segunda imagem:
http://blogdacapela.blogspot.com.br/2012/03/mulher-exemplo-de-mulher.html

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Então é Natal...


Em meio à aproximação das festas natalinas, reproduzo abaixo artigo do Padre Zezinho sobre o sentido do Natal de Jesus:


"Então é Natal...


A canção que, com a tradicional “Noite Feliz”, toca cada dia menos e, às vezes, aparece depois das marchas que já antecipam o carnaval fez-me pensar no “então” de cada vida e de cada família. Então é isso que o Natal de Jesus se tornou? Com exceção dos lugares turísticos, sem presépios, sem árvores iluminadas, sem canções natalinas no rádio, sem novenas, sem preparação e sem a gratidão de outros tempos? 

Não é que o Natal tenha desaparecido. Ele apenas encolheu. Católicos que ainda ontem enfeitavam suas janelas e portas com os símbolos do Natal abandonaram a prática. Testemunhar o quê? Há mais Papais-Noeis e Mamães-Noéis do que meninos-Jesus nas lojas e em lugares públicos. Há sinos anunciando o bom velhinho e poucos anunciando o santo menino. O não aniversariante é mais festejado do que o aniversariante. O não existente recebe mais festa do que o existente, aquele que veio e chamou-se Jesus. O mitológico velhinho Natal que, na realidade não nasceu velho nem sequer nasceu, desbancou o não mitológico menino Deus. Há quem diga que os dois são mitos. Nós dizemos que não. Real é Jesus. 

Segundo a tradição, o caridoso bispo Nicolau se tornou papai Natal, Papa Noel, com direito a neve, renas e trenó, vindo de algum lugar do Pólo Norte. Isto é: vem do céu, mas não é daqui mesmo. Mas, como ele vende mais, então a festa é para ele. Exceto em poucos lugares haverá uma estrela, um casal e um menino. Nos outros, estará um velhinho vestido de vermelho que ninguém mais sabe que já foi um bispo católico transformado em vovô-papai-natal. 

Então é isso? É! A menos que sua família decida recolocar as coisas nos seus devidos lugares e fazer o Papai Noel deixar de lado sua enorme sacola para ajoelhar-se diante do menino no presépio, suas crianças não entenderão os dois. Não destruam o fictício Papai Noel. Apenas, façam-no voltar a ser bispo, a ajoelhar-se diante do menino e, por causa do menino, sair jogando presentes pela chaminé. E digam por quê! Quem sabe, um dia, lojistas cristãos porão de volta a imagem da família de Nazaré nas suas vitrines e todas as prefeituras as plantarão nas ruas. Disseram-me que há uma cidade no Brasil que todos os anos expõe, numa galeria no centro, as fotos de todos os bebês nascidos naquele ano ao redor de uma imagem do menino Jesus... Eu gostaria de conhecer o secretário da cultura que teve esta idéia!


Extraído da Revista Ave Maria Dez/2009 – P. 23

Autoria de Pe. Zezinho" 


Fonte do texto:
http://www.paroquianossasenhoradocarmo.com/reflexao/entao_e_natal.htm

Fonte da imagem:
http://catolicosemitaperuna.blogspot.com.br/2011/12/menino-da-gruta.html

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A natureza íntima da Igreja - serviço da caridade



Passou sem destaque nos nossos meios de comunicação o recente Motu proprio expedido por Bento XVI versando sobre o serviço da caridade.

No dia 11 de novembro de 2012, o Papa assinou a Carta Apostólica sob a forma de Motu Proprio Intima Ecclesiae Natura dispondo sobre o Serviço da Caridade - De Caritate Ministranda. 
 
Na introdução da Carta, Bento XVI define a tríplice característica da Igreja, com estas palavras:

"A natureza íntima da Igreja exprime-se num tríplice dever: anúncio da Palavra de Deus (kerygma-martyria), celebração dos Sacramentos (leiturgia), serviço da caridade (diakonia). São deveres que se reclamam mutuamente, não podendo um ser separado dos outros (Carta enc. Deus caritas est, 25)."

O Motu proprio atém-se à terceira dimensão da Igreja - o serviço da caridade (diakonia) -, para traçar normas gerais para os fiéis organizarem-se e instituírem organizações destinadas especificamente a realizar serviços de caridade, mormente aos pobres e necessitados.

É o mandamento novo - que vos amei uns aos outros como Eu vos amei (Jo 15,12) - realizando, desde pequenas comunidades até a Igreja universal, de forma organizada, o serviço da diakonia, "oferecendo ao homem contemporâneo não só ajuda material, mas também refrigério e cuidado para a alma (cf. Carta enc. Deus caritas est, 28)."

O texto completo do Motu proprio, em português, pode ser lido aqui.


Fonte da imagem:
http://www.diocajazeiras.com.br/component/content/article/8-destaques-/1346-novo-motu-proprio-de-bento-xvi-sobre-as-instituicoes-caritativas.html

sábado, 1 de dezembro de 2012

Primeiro Domingo do Advento - abertura do Ano C - São Lucas



No dia 2 de dezembro de 2012 - Primeiro Domingo do Advento - inicia-se o novo Ano Litúrgico C - São Lucas, ou, liturgicamente falando, o novo Ano começa na tarde do dia 1º de dezembro, sábado (vésperas do domingo). A cor litúrgica é roxa. Acende-se a primeira vela da Coroa do Advento.

No Primeiro Domingo do Advento, a liturgia convida-nos à vigilância. O Evangelho desse Domingo (Lucas 21, 25-28.34-36), vai dizer: tomai cuidado (ou tende cuidado). E mais adiante: ficai atentos (ou velai).

Conquanto não comentando essa passagem do Evangelho de Lucas, o teólogo Joseph Ratzinger - Bento XVI indica o significado que se deve dar à vigilância no discurso escatológico de Jesus. Explica Bento XVI (Jesus de Nazaré: da entrada em Jerusalém até a ressurreição, p. 54):

"vigilância": não é sair  do presente, especular sobre o futuro, esquecer o tempo atual;  antes, pelo contrário, vigilância significa fazer aqui e agora o que é justo e cumpri-lo como se estivéssemos na presença de Deus."


Fonte da imagem:
http://grupodeoracaosaomiguel.blogspot.com.br/2010/11/os-quatro-domingos-do-advento.html

As velas da Coroa do Advento



Oportuno e interessante o artigo do padre Edward McNamara, publicado pela Agência Zenit, sob o titulo "As velas do advento", cujo texto, porém, reproduzo a seguir:


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"AS VELAS DO ADVENTO

Pe. Edward McNamara, LC, professor de teologia e diretor espiritual


ROMA, sexta-feira, 30 de novembro de 2012 (ZENIT.org) - Um leitor de língua inglesa enviou a seguinte pergunta ao padre Edward McNamara: 

Existe uma ordem estabelecida quanto à vela a ser acesa na segunda semana do advento? Alguns membros da comissão litúrgica disseram que é a vela à direita da primeira vela acesa (no sentido anti-horário), outros disseram que é a vela à esquerda (no sentido horário). Eu sei que na terceira semana é acesa a vela rosa (D.C., San José, Califórnia, EUA). 

McNamara deu a seguinte resposta:

Não consta que haja uma ordem estabelecida, nem oficial nem tradicionalmente, a não ser, justamente, que a vela rosa deve ser acesa no terceiro domingo (Gaudete) do advento. As outras três velas são geralmente na cor roxa, embora possam ser também brancas. Entre os protestantes, quatro velas vermelhas são o mais comum, com a adição ocasional de uma vela branca no centro para representar Cristo. Em algumas regiões de países como a Itália e o Brasil, são usadas às vezes ​​velas de quatro cores diferentes, que são iluminadas a partir da mais escura até a mais clara, para indicar a iluminação progressiva do mundo com a vinda de Cristo. 

Embora não haja nenhuma ordem estabelecida relativamente à primeira e à segunda vela, a tradição mantém a ordem em que elas vão sendo acesas. Em outras palavras, chegando-se ao quarto domingo, é acesa primeiro a vela da primeira semana, depois a da segunda semana, depois a vela rosa e, finalmente, a vela restante. Esta ordem deve ser mantida toda vez que as velas são acesas ao longo das quatro semanas.

Mais discutidas, por outro lado, são as origens da coroa do advento. Alguns as colocam nos primórdios da tradição escandinava pré-cristã. Outros argumentam que é um produto da Idade Média ou do luteranismo do século XVI. Um pesquisador propôs que as origens da versão moderna da coroa do advento estão na cidade alemã de Hamburgo, onde teria surgido em 1839 pela iniciativa do pastor protestante Johann Hinrich Wichern (1808-1881). O costume da coroa se espalhou a seguir pelas outras igrejas, incluindo a católica, e por outros países, como os Estados Unidos da década de 30 do século passado. Esta versão não é impossível: uma tradição como esta, sem documentos oficiais que comprovem o seu nascimento, pode parecer antiga depois de apenas três gerações. Com exceção da América do Norte, o costume da coroa do advento é relativamente novo e se espalhou por alguns países da América Latina e pela Itália somente nos últimos 20 anos. 

Seja qual for a verdade, a coroa é um símbolo que a maioria das denominações cristãs pode compartilhar e apreciar. 

O simbolismo da coroa do advento é muito bonito. O círculo da coroa, sem começo nem fim, e feito sempre de verde, representa a eternidade e a vida eterna encontrada em Cristo. As quatro velas representam as quatro semanas do advento, e seu acendimento progressivo expressa a expectativa e a esperança da vinda do Messias.

Existem várias maneiras de interpretar as quatro semanas. Por exemplo, a primeira semana evoca os patriarcas e a virtude da esperança. A segunda recorda os profetas e a paz. A terceira representa João Batista e a alegria, e a quarta e última semana traz a figura de Maria e a virtude do amor. Se houver uma quinta vela (branca, ao centro), ela representa Cristo, a luz do mundo, e é acesa na vigília de Natal ou no dia de Natal. 

Outras formas de interpretar as quatro semanas e velas são possíveis, desde que respeitem o caráter litúrgico do período."


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Permitam-me dar uma sugestão. Como a Coroa do Advento se compõe das quatro velas (quatro semanas do Tempo do Advento ou quatro Domingos do Advento), elas poderiam ser correspondentes às seguintes cores da liturgia da Igreja: verde para o Primeiro Domingo do Advento; roxa para o Segundo Domingo; rósea (ou vermelha) para o Terceiro Domingo; e branca para o Quarto Domingo do Advento. Ou ainda: as cores litúrgicas do próprio Tempo do Advento: todas roxas, com exceção da rósea para o Terceiro Domingo (Domingo Gaudete - Alegrai-vos).


Leia mais:

Coroa do Advento: para que serve?


Fonte da imagem:
http://www.apostoladoliturgico.com.br/pagina.php?id=48&busca=