quinta-feira, 20 de março de 2008

Tríduo Pascal: fonte da vida cristã

O Tríduo Pascal está no contexto da Semana Santa. Começa com a Missa vespertina da na Ceia do Senhor, na Quinta-Feira Santa, e termina na tarde com as Vésperas do domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor. Ou, como dizem as Normas Universais sobre o Ano Litúrgico e o Calendário: "O Tríduo pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor começa com a Missa vespertina na Ceia do Senhor, possui o seu centro na Vigília Pascal e encerra-se com as Vésperas do domingo da Ressurreição" (n. 19).

Na "Tabela dos Dias Litúrgicos" das mencionadas Normas Universais (n. 59), o Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor goza de primeiríssima ordem de precedência sobre qualquer outra celebração. E até mesmo sobre o Natal do Senhor, que muitos pensam ser a principal solenidade da Igreja. Não é. A principal solenidade da Igreja é o Tríduo Pascal.

Dada essa proeminência fundamental para os cristãos, Santo Agostinho adverte: "Presta atenção ao Tríduo sacratíssimo do crucificado, do sepultado e do ressuscitado. [...] no Evangelho, são claros não só o dia em que o Senhor foi crucificado, como também aquele em que esteve no sepulcro e aquele em que ressuscitou." [1]


O Tríduo Pascal tem seu ponto celebrativo mais elevado com a Vigília, de modo que as já mencionadas Normas Universais (n. 21) mandam que a sua celebração deve realizar-se à noite (Sábado Santo), começando depois do anoitecer e terminando antes da aurora do Domingo.

Esta Vigília Pascal é, na feliz expressão de Santo Agostinho, "a mãe de todas as santas vigílias". [2] E o santo exorta: "Permaneçamos, pois, de vela, e oremos para celebrar esta vigília, exterior e interiormente. Deus fala a nós pelas suas leituras, falemo-Lhe nós a Ele pelas nossas orações. Se escutarmos com obediência as suas palavras, Aquele que nós invocamos com a nossa oração morará em nós." [3]

Por fim, eis o que diz Santo Ambrósio (340-397), que foi bispo de Milão (Itália): "Devemos observar não só o dia da Paixão, mas também o da Ressurreição, de modo que tenhamos um dia de amargura e também um dia de alegria; jejuemos naquele, saciemo-nos neste. (...) É esse o Tríduo sagrado... durante o qual Cristo sofreu, repousou e ressuscitou, acerca do qual está escrito: Destruí este templo e em três dias o reedificarei." [4]



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[1] Carta 55, escrita a Januário, ns. 24 e 27, apud Antologia Litúrgica: textos litúrgicos, patrísticos e canónicos do primeiro milénio, recolha de textos, tradução e organização de José de Leão Cordeiro, Fátima -Portugal, Secretariado Nacional de Liturgia, p. 826, ns. 3428 e 3429.

[2] e [3] Sermão 219: Vigília pascal, apud Antologia..., acima citada, p. 911, n. 3857.

[4] Carta 23, ns. 12 e 13, apud Antologia..., acima citada, p. 548, n. 2099.


Fonte da primeira imagem:
http://www.30giorni.it/br/articolo.asp?id=2241

Fonte da segunda imagem:
http://criticomusical.blogspot.com/2003/06/deposio-de-cristo-no-tmulo-por.html

Fonte da terceira imagem:
http://www.catedraldeniteroi.com.br/santo_terco.html

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