segunda-feira, 28 de maio de 2007

O tempo que se chama comum

O tempo é um referencial para o homem, sem o qual ele estaria sem condições para historiar, ou seja, fazer a história de si mesmo, da família, da sociedade, dos povos, das instituições, e assim por diante. O homem necessita do tempo para marcar os fatos, sobremodo aqueles a serem festejados ou celebrados. Por exemplo, sem o tempo como o homem estabeleceria a duração das coisas?

O conceito de tempo traz certa complexidade. As culturas influenciam-no, mas o fazem carregado de riqueza conceitual. E até mesmo ao grande Santo Agostinho não esteve ausente essa dificuldade, como se lê em suas Confissões (XI, 14:17): “Por conseguinte, o que é o tempo? Se ninguém me pergunta, eu sei; porém, se quero explicá-lo a quem me pergunta, então não sei.”

Para a cosmologia o tempo é uma realidade da natureza pela qual se dimensiona, independentemente da ação humana, a marcação e a duração das coisas. Daí, os dias, nas alternâncias de luz e trevas, estações e anos.

O homem sentiu a necessidade de “intervir” no tempo (nisto, o homem difere dos outros seres da natureza). Por apropriação daquele, nasce o tempo sagrado. O homem passa a experimentar o “tempo dos deuses”. Daí, as manifestações divinas – hierofanias.

Esse tempo sagrado é uma realidade que se projeta de forma circular, que retorna sempre ao ponto inicial. É um tempo recuperável, com a mesma hierofania.

Enquanto os outros povos se detinham na concepção circular ou cíclica do tempo, o povo hebreu (judeu) crescia numa concepção diferenciada do tempo. É uma nova concepção do tempo sagrado. Dada sua repercussão ao nosso tema, aproveitamos a denominação de tempo “bíblico-cristão”. Mircea Eliade, em seu livro Mito do Eterno Retorno, afirma “... que os hebreus foram os primeiros a descobrir o significado da história como epifania de Deus, e essa concepção, como seria de esperar, acabou sendo assimilada e ampliada pelo cristianismo”.

Com o povo bíblico, há uma qualificação do tempo e da manifestação divina. O tempo se projeta de forma linear. É um tempo progressivo: o homem faz uma caminhada para frente, com visão de um futuro melhor. Não é qualquer manifestação, mas é a manifestação de Deus – teofania. Deus vai se manifestando no curso do tempo, na história de um povo. Com Abraão, há o início da superação das práticas rituais com relação às de outros povos. Enquanto estes o faziam por costume, Abraão o faz por um ato de fé; fé no Deus que lhe manifesta de forma pessoal em dado momento da história. É, afinal, o tempo histórico salvífico, ou tempo da salvação. Com Jesus de Nazaré, o Cristo, a história da salvação alcança sua manifestação definitiva, ou a plena comunicação de Deus.

Para o cristianismo, “o tempo litúrgico é um sinal de salvação e um modo de presença de Cristo no tempo dos homens”, como afirma J. López Martín (A Celebração na Igreja, vol. 3, Dionisio Borobio [org.], São Paulo, Edições Loyola, 2000, pág. 38). O tempo litúrgico dá continuidade à história da salvação. O tempo litúrgico desenvolve no ano todo o mistério de Cristo, em ritmos diário, semanal e anual. O ciclo anual do tempo litúrgico compreende o Tríduo Pascal, o Tempo Pascal, o Tempo da Quaresma, o Tempo do Natal, o Tempo do Advento, o Tempo Comum e as Rogações e as Quatro Têmporas do Ano, conforme dispõem as Normas Universais sobre o Ano Litúrgico e o Calendário, aprovadas pelo Papa Paulo VI, em 14 de fevereiro de 1969.

Daí, o calendário litúrgico. Este é que dá, de forma orgânica, concreta visibilidade dos fatos da salvação do ano litúrgico a serem celebrados. Ou, como dizem as Normas Universais do Ano Litúrgico e Calendário Romano Geral: “A disposição das celebrações do ano litúrgico é regida pelo calendário (n. 48).”

O tempo comum proporciona a celebração dos mistérios de Cristo de forma plena. Sem ele não haveria a recapitulação progressiva e profunda de toda a história da salvação. Levar em consideração apenas os tempos especiais, também chamados tempos fortes (por exemplo, Tríduo Pascal e Tempo do Natal), “significa esquecer que o ano litúrgico consiste na celebração, com sagrada lembrança no curso de um ano, de todo o mistério de Cristo e da obra da salvação” (J. López Martín, L’anno liturgico, citado por Augusto Bergamini, Cristo, Festa da Igreja, São Paulo, Editora Paulinas, 1994, pág. 415).

O tempo comum é o mais longo do ano litúrgico, entre 33 e 34 semanas. Tem duas fases. A primeira começa na segunda-feira que se segue ao domingo do batismo de Jesus (quando termina o Tempo de Natal) e vai até terça-feira, inclusive, que antecede a Quarta-Feira de Cinzas (quando começa o Tempo da Quaresma). A segunda fase começa na segunda-feira após o domingo de Pentecostes (quando se encerra o Tempo Pascal) e termina antes das primeiras Vésperas do primeiro domingo do Advento.

Vejamos como o Cerimonial dos Bispos, também chamado Cerimonial da Igreja, procura caracterizar o tempo comum: “Além dos “tempos” que revestem um caráter próprio, sobram trinta e três ou trinta e quatro semanas no círculo do ano em que não se celebra nenhum aspecto peculiar do mistério de Cristo; antes se comemora, na sua plenitude, esse mesmo mistério de Cristo, de modo especial aos domingos. Este período, designa-se por ‘tempo comum’” (n. 377).

O tempo comum retrata a vida pública de Jesus. É o tempo em que os seguidores de Cristo põem as mãos à obra: aprofundar-se no conhecimento do mistério pascal e no pautar a vida nova pelas exigências evangélicas. Ou, como se referem as já mencionadas Normas Universais sobre o Ano Litúrgico e o Calendário, tempo em que “não se celebra nenhum aspecto especial do mistério do Cristo” (n. 43).

sábado, 26 de maio de 2007

Círio Pascal: Eis a luz de Cristo!

A palavra círio provém da língua latina, cereus – “de cera”, “feito de cera”. É uma vela grande de cera. O círio simboliza a luz. Mas nem toda vela grande é Círio Pascal.

Círio Pascal - podemos dizer - é uma grande vela (maior em altura e diâmetro), feita de cera natural, novo a cada ano, único, que, preparado ritualmente na noite santa da Vigília Pascal (Sábado Santo) como previsto no Missal Romano, evoca que Cristo Ressuscitado é a luz do mundo. O Círio é aceso com o fogo novo, que é aquele fogo bento, da fogueira preparada na noite da Vigília.

As velas da procissão são acesas no fogo do Círio Pascal, no simbolismo de que do Cristo procede a luz que ilumina a todos.

Não é, pois, uma simples vela, cuja luz dele depende. O simbolismo do Círio Pascal permeia a vida da Igreja - povo de Deus - posto que ele toca o fundamento primeiro da fé cristã: a ressurreição.

O Círio Pascal é colocado no presbitério junto do ambão ou perto do altar. Deste lugar, aceso, está o Círio Pascal, símbolo do Cristo ressuscitado, atestando simbolicamente a Ressurreição.

O Círio Pascal é aceso em todas as celebrações litúrgicas (ao menos, nas mais solenes), tanto na Missa quanto em Laudes e Vésperas (Liturgia das Horas), até o Domingo de Pentecostes.

Depois da celebração do Domingo de Pentecostes, o Círio Pascal é apagado, colocado no batistério e nele conservado. Passará a ser aceso na celebração do batismo e na sua chama será acesa a vela dos batizados. Será aceso também na celebração das exéquias e deverá ser colocado junto do féretro, “para indicar que a morte é para o cristão a sua verdadeira Páscoa.” (Congregação do Culto Divino, Carta sobre a preparação e a celebração das festas pascais, de 16 de janeiro de 1988, n. 99).

O Diretório da Liturgia (2007, Ano C, São Lucas), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, prevê que: “Terminado, depois das Vésperas e Completas, o Tempo Pascal, convém guardar o Círio pascal, com veneração, no Batistério, para nele acender as velas dos batizados” (pág. 106).

Voltemos o olhar ao passado. Lá, na Velha Aliança (livro do Êxodo 13, 21-22) vamos encontrar a coluna de fogo, tomado como sugestivo símbolo do Círio Pascal. O povo da Velha Aliança tem pressa: precisa se distanciar da terra da escravidão (Egito). Então, caminha dia e noite no deserto rumo à Terra Prometida. E o Senhor se faz companheiro da caminhada. O Senhor como que se esconde nas colunas, seja na de nuvem seja na de fogo; e, com a sua presença, indica o caminho, e com a luz, permite ao povo vencer a escuridão. “O Senhor os precedia, de dia, numa coluna de nuvem, para lhes mostrar o caminho; de noite, numa coluna de fogo para iluminar, a fim de que pudessem andar de dia e de noite. De dia não se afastava do povo a coluna de nuvem, nem de noite a coluna de fogo” (Ex 13, 21-22).

O Círio Pascal evoca que a Cristo pertencem o tempo e a eternidade (Alfa e Ômega): Caminho, Verdade e Vida.

Eis a luz de Cristo!

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Missa de muitos nomes

Há mais de 40 anos a missa, em latim, era, a grosso modo, notada e caracterizada pelo povo por estes elementos: sermão, consagração e comunhão.

O sermão, em português. O toque da campainha indicava o momento da consagração. Na hora da comunhão, o padre vinha até a mesa da comunhão (podemos dizer que era um grande genuflexório coletivo - ou uma espécie de cancela - que separava o povo do distante altar, do qual, de costas, o padre dizia a missa). Por essas razões, essas três fases eram notadas pelo povo.

E não podemos esquecer. Enquanto o padre dizia a missa, era comum muitos do povo rezarem, individualmente, o seu terço, e até porque grande parte do tempo se ficava de joelhos. O terço e outras rezas eram interrompidas quase só pelo toque da campainha na consagração.

Em geral, o povo não tinha participação ativa na missa.

Com essas características, não restava dúvidas de que era uma missa dita ou rezada pelo padre.

Sucede que, com o advento da Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium sobre a Sagrada Liturgia, um dos documentos do Concílio Vaticano II (1962-1965), mudanças começam a mexer com as pessoas (algumas ficam pelo caminho, ou melhor, permanecem na Missa Tridentina), impulsionando-as a não ficar paradas, mudas na celebração da Missa, agora na língua do povo.

Com a abertura dada pelo Concílio, a literatura religiosa se expande e chega ao povo. E o mesmo sucede com a Bíblia.

Outros nomes se tornam conhecidos, quer pelo próprio Concílio ou pela Instrução Geral sobre o Missal Romano, quer pela expansão da literatura religiosa, tais como: Ceia do Senhor, Eucaristia...

O Catecismo da Igreja Católica, promulgado pelo Papa João Paulo II em 11 de outubro de 1992 (ns. 1328-1330), reconhece a existência de diversos nomes, e destaco estes: Eucaristia, Ceia do Senhor, Fração do Pão, Assembléia Eucarística (synaxis), Memorial, Santo Sacrifício, Santa e Divina Liturgia, Comunhão e Santa Missa.

E ainda outras designações: Sacramento do Altar, Santo Sacrifício do Altar, Sacrifício da Nova Aliança, Nova Páscoa, Páscoa de Cristo...

Os diversos nomes não querem, no entanto, dizer que há vários mistérios. Apenas revelam aspectos, faces do mesmo e único Mistério celebrado. Cada nome ou designação evoca a riqueza do Mistério ou Sacramento, e passa a designá-lo por inteiro.

Determinados nomes foram mais usados em tal e qual tempo e lugar. Por exemplo, Fração do Pão, Ceia ou Refeição do Senhor tiveram uso destacado nos primeiros cem anos do Cristianismo, aparecendo com bastante constância no Novo Testamento. Assembléia ou Sinaxe (synaxis) foi utilizado pelos gregos entre os séculos IV e VII.

O nome Eucaristia começa a ser usado entre o fim do primeiro século e o início do segundo século.

O Catecismo da Igreja Católica adota para o terceiro sacramento da Igreja o nome de Sacramento da Eucaristia. O Papa João Paulo II escreveu a Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia sobre a Eucaristia na sua relação com a Igreja, datada de 17 de abril de 2003, e o Papa Bento XVI publicou a Exortação Pós-Sinodal Sacramentum Caritatis sobre a Eucaristia, Fonte e Ápice da Vida e da Missão da Igreja, datada de 22 de fevereiro de 2007.

Nas três publicações adota-se o nome Eucaristia para o mesmo e único Mistério celebrado, em que comungamos o Corpo e Sangue de Cristo.

As designações mais usuais hoje são: Ceia do Senhor, Eucaristia e Missa. Parece-me que o nome Eucaristia tem mais densidade no contexto da celebração do Mistério em que comungamos o Corpo do Cristo.

Crédito da imagem do Papa: Reuters

terça-feira, 22 de maio de 2007

Deus é Amor - "Deus Caritas Est"

A importância da Carta Encíclica Deus é Amor, de Bento XVI, datada de 25 de dezembro de 2005, pode ser medida pelas menções a ela feitas em quase todos os pronunciamentos do Papa, na sua visita ao Brasil.

Tais menções são notadas desde o primeiro pronunciamento, na chegada ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, no dia 9/5, até o discurso de abertura dos trabalhos da V Conferência do Episcopado Latino-Americano e Caribenho, em Aparecida (13/5).

No discurso de chegada, o Papa indicou o objetivo da visita: "venho para presidir, em Aparecida, a sessão de abertura da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e Caribenho". E o porquê dessa motivação é extraída da Encíclica: "A Igreja Católica - como coloquei em evidência na Encíclica Deus Caritas Est - 'transformada pela força do Espírito, é chamada a ser, no mundo, testemunha do amor do Pai, que quer fazer da humanidade uma única família, em seu Filho' (cf. 19)".

Outras menções: discurso proferido aos jovens no Estádio do Pacaembu, na noite do dia 10/5 (anoto: duas menções); homilia na Missa em que se canonizou Frei Galvão, celebrada no Campo de Marte, na manhã do dia 11/5; na homilia após a celebração das Vésperas com os bispos brasileiros, na Catedral da Sé, na tarde de 11/5 (anoto: duas menções).

E mais: homilia na missa celebrada na manhã do dia 13/5, em Aparecida, na abertura da V Conferência: "A vós também, que representais a Igreja na América Latina, tenho a alegria de entregar de novo idealmente a minha Encíclica Deus Caritas Est, com a qual quis indicar a todos o que é essencial na mensagem cristã".

Por fim: discurso de abertura dos trabalhos da V Conferência em Aparecida, na tarde de 13/5.

A Carta Encíclica Deus Caritas Est - Deus é Amor é composta de duas partes. A primeira é de índole discursiva; a segunda, de natureza prática. A introdução abre a Encíclica e a conclusão, que é um convite à santidade, a encerra.

A Encíclica não deixa de revelar o apreço que Bento XVI tem pelos escritos do apóstolo João. Com João, o Papa abre e encerra a Encíclica. Aliás, "Deus é Amor", que abre e dá título à Encíclica, é o melhor conceito que se tem de Deus. E essa definição é exatamente de João (1Jo 4,16).

Esse modo de dispor os assuntos, parece-me, ser o estilo de quem foi por muitos anos professor. Estilo didático, unindo teoria e prática.

Como se deduz da introdução, a Encíclica cuida da existência cristã fundada no amor de Deus. Nesse sentido, escreve o Papa: "(...) no mesmo versículo, João oferece-nos, por assim dizer, uma fórmula da existência cristã: "Nós conhecemos e cremos no amor que Deus nos tem".

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Abertura da Conferência de Aparecida

Domingo, 13 de maio.

No seu último dia de visita pastoral, Bento XVI dedicou-o à abertura da V Conferência Episcopal Latino-Americana e Caribenha.

O Santuário de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, sedia a Conferência. Escolha esta feita pela próprio Papa.

Dois eventos marcaram a abertura: de manhã, a celebração solene da Eucaristia, presidida pelo Papa, e à tarde, o pronunciamento do Papa no início dos trabalhos da Conferência.

Na homilia, o Papa deixou claro que esses dois mil anos anos transcorridos estão no tempo da Igreja. Esse tempo se coloca entre a "ida" (ascensão) e a "volta" (parusia) de Cristo. E esse tempo continua a fluir, como tempo da Igreja, até que se dê a mencionada "volta".

Nesse tempo entre a "ida" e a "volta", lembra o Papa, "estão também estes pouco mais de cinco séculos em que a Igreja fez-se peregrina nas Américas".

Para a liturgia, esse tempo é o último estágio da história da salvação. Esse tempo é também chamado de tempo do Espírito Santo. Em verdade, afirma o Papa: "O Espírito acompanha a Igreja no longo caminho que se estende entre a primeira e segunda vinda de Cristo: "Vou, e volto a vós" (Jo 14,28), disse Jesus aos Apóstolos."

O Cristo é o missionário do Pai. "A palavra que tendes ouvido não é minha, mas sim do Pai que me enviou" (Jo 14,24). Em prolongamento à missão de Cristo, somos, pelo batismo, missionários de Cristo.

E o Papa lembra que na sua Encíclica Deus caritas est está indicado o que é essencial na mensagem cristã. "A Igreja se sente discípula e missionária desse Amor". Nesse sentido, enfatiza o Papa: "A Igreja não faz proselitismo. Ela cresce muito mais por "atração": como Cristo "atrai todos a si" com a força do seu amor, que culminou no sacrifício da Cruz, assim a Igreja cumpre a sua missão na medida em que que, associada a Cristo, cumpre a sua obra conformando-se em espírito e concretamente com a caridade do seu Senhor".

A segunda parte da abertura da V Conferência está centrada no pronunciamento de Bento XVI feito à tarde.

Esse denso pronunciamento, que orienta o rumo dos trabalhos da Conferência, está fundado no tema eleito: "Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que nossos povos n'Ele tenham vida - Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida" (Jo 14,6).

Em primeiro lugar, a V Conferência não é um desmonte das Conferências realizadas no Rio de Janeiro, em Medellín, Puebla e São Domingos. Ao contrário, afirma o Papa: "Esta V Conferência Geral se celebra em continuidade com as outras quatro que a precederam (...)."

Em cima do pronunciamento do Papa, deduzimos que a Conferência refletirá, entre outros desafios, sobre: a identidade católica dos povos latino-americanos e caribenhos (identificá-la), a tradição (continuidade sem rupturas), o discipulato e a missionariedade ("é condição indispensável o conhecimento profundo da Palavra de Deus"), fome e violência, a missa dominical, estruturas justas, a Igreja advogada da justiça e dos pobres ("não se identificar com os políticos nem com os interesses de partido"), lideranças leigas no âmbito político, universitário e dos meios de comunicão, família (anticoncepcionais, aborto, educação dos filhos), sacerdotes, religiosos e consagrados, leigos (co-responsabilidade), juventude e a pastoral vocacional ("Os jovens não temem o sacrifício, mas, sim, uma vida sem sentido").

O pronunciamento de Bento XVI permite múltiplas colocações para reflexão. É de grande profundidade, solidamente alicerçado na Bíblia, na Tradição e no Magistério.

Por ora, só.

O Papa, que cativou o povo e o conquistou, se despede do país, mas

"Tende a certeza de que levo a todos no meu coração, donde brota a Bênção que vos concedo e que faço extensiva a todos os Povos da América Latina e do Mundo.
Muito obrigado!"

Crédito da imagem de despedida do Papa: Paulo Liebert/AE

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Recitação do Rosário com Bento XVI


Tarde de sábado, 12 de maio.

Pois bem, foi na tarde de sábado que o Papa recitou com os fiéis o Rosário de Maria, na Basílica de Aparecida. A recitação do Rosário (especialmente o terço) é o fato cotidiano mais comum entre os brasileiros, mas a recitação com o Papa é a novidade, é o extraordinário.

O testemunho do Papa é a melhor promoção para a expansão da recitação do Rosário, com autenticidade e aproveitamento espiritual.

O Rosário nasce como substituto da Liturgia das Horas, mas especificamente dos Salmos, núcleo daquela Liturgia, também chamado de Ofício Divino. Atualmente o Rosário está composto de quatro "terços": mistérios da alegria, mistérios da luz, mistérios da dor e mistérios da glória.

O mistério da luz foi acrescentado no conjunto do Rosário pelo Papa João Paulo II, em 2002.

Podemos dizer que o Rosário une o Velho e Novo Testamento.

Não basta rezar. É necessário haver coerência entre fé e vida, como a contribuição para uma sociedade menos injusta. E a fé necessita "também de uma sólida formação doutrinal e espiritual", afirma o Papa. Sem essa formação atualizada, a fé corre o risco de perder-se ou de não saber dar as suas razões perante o mundo.

O testemunho de vida cristã, na justiça, na fraternidade, na solidariedade, na partilha, suscita nas pessoas que o conhecem o desejo de seguir a Cristo.

E, assim, o Papa vai confirmando todos nós na fé.

domingo, 13 de maio de 2007

Esperança


No sábado, pela manhã, o Papa visitou a Fazenda da Esperança, que é um centro de recuperação de toxicômanos, em Guaratinguetá.

É a esperança que não decepciona (Rm 5,5) - lembra o Papa às irmãs Clarissas.

A perda do sentimento de esperança tem correlação com pessoas sem afeto (Rm 1,31).

Testemunhar a esperança numa sociedade consumista.

E a esperança mora na Fazenda da Esperança. Nesta se recupera a esperança perdida para aqueles que comercializam a droga. A estes, traficantes: Deus vai exigir satisfações.

Pois bem, é preciso edificar, construir a esperança, afirma o Papa. Podemos deduzir que ninguém se dá a tal trabalho se não tiver o amor pelo próximo.

O pai misericordioso foi ao encontro dos filhos pródigos, na Fazenda da Esperança, porque sois objeto de predileção divina.

Foram comoventes os testemunhos dos jovens. Um jovem russo declarou: A coisa mais importante era ter encontrado Deus. Todos diziam que Deus não existia, mas Ele existe. E jovem alemã: não existe felicidade maior do que dar a vida pelos irmãos.

Na Fazenda, onde mora a esperança, jovens encontram esses valores e tantos outros, que são a verdadeira felicidade que o mundo não lhes deu.

Frei Hans Stapel é o fundador da Obra Social Nossa Senhora da Glória, conhecida como Fazenda da Esperança. Sábio construtor da esperança para tantos jovens. O Papa, pai amoroso e misericordioso, os abraça sempre.

M Ã E

O espaço é para as mães.


Mães nossas

Mãe Maria em Fátima

Mãe Maria em Aparecida

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Recomeçar a partir de Cristo

Na santificada tarde de sexta-feira, o Papa e os bispos brasileiros celebraram as Vésperas da Liturgia das Horas, na Catedral da Sé, no centro da cidade de São Paulo. Bento XVI fez um discurso (homilia) dos mais contundentes até agora pronunciados.

Neste post, não enfocaremos todos os temas abordados pelo discurso. Fiquemos apenas com este:

Recomeçar a partir de Cristo em todos os âmbitos da missão, afirma o Papa.

Isso mesmo: recomeçar é o que a Igreja precisa no tempo atual. E recomeçar a partir do evento fundador: Jesus de Nazaré, o Cristo.

Tempos houve em que a Igreja esteve despreocupada com a evangelização contínua e profunda. Contentava-se com aquela ingênua catequese para a primeira comunhão, e só. Despreocupada porque todos se sentiam católicos e em tudo se respirava o catolicismo. Grande parte da população estava no campo. E a situação aqui, quer econômica quer social e familiar (grande família), favorecia a permanência de valores cristãos.

Tempos mudaram. Kant, filósofo alemão, diz que o homem atinge sua maioridade. Não necessita ser tutelado pela religião. A Revolução Francesa, com seu ideário de liberdade, igualdade e fraternidade, influenciou movimentos de emancipação política. A Razão, e tão somente ela, é deusa da vida. Deus sai do centro. Laicismo se opõe a sagrado (Igreja, clerical...). O Estado se define simplesmente laico (O Estado brasileiro é laico a partir da proclamação da República, em 1889).

É a modernidade. Que, no final, decepciona o homem na felicidade a ele prometida.

Pois bem, esse conjunto de coisas alterou aquele cenário do catolicismo que se reproduzia naturalmente pelo estímulo das condições culturais sem rivais da época. Aquela fé educada numa catequese ingênua se revelou débil para se sustentar, para fazer frente a essa nova cultura. O campo se esvaziou e a cidade inchou. Os valores cristãos cederam lugar aos apelos da vida urbana: consumista e utilitarista.

A população campestre que veio para a cidade, caindo em situação de pauperidade e sentindo a falta de um contato mais direto de alguém para auscultar suas ansiedades, pendeu para o segmento religioso que melhor lhe aprouve. E a isso se some que a população, fragilizada por aquela ingênua formação catequética, acabou por caracterizar que tanto faz seguir indiferentemente este ou aquele segmento religioso.

Casos há, porém, que a perda de fiéis se credita à ausência de padres nas cercanias das grandes cidades e nas pequenas cidades do interior.

Diante desse quadro, quer seja pelo laicismo da sociedade ou pela precariedade da evangelização, quer seja pelo fluxo migratório do campo para a cidade ou pelo insuficiente número de padres, quer seja pela ausência de um discurso atualizado e testemunhado ou pela mercantilização religiosa, importa à Igreja recomeçar a partir de Cristo. Como? Pela evangelização, segmentada na formação de ministros e na catequese continuada e aprofundada. Na vivência da fé por uma liturgia de qualidade. Na atitude de acolhimento que venha a permear tudo.

A respeito, afirma o Papa: “porque fé, vida e celebração da sagrada liturgia como fonte de fé e de vida, são inseparáveis”.

Nesse contexto, a posição de Bento XVI se afigura para além da modernidade: repor o homem, segundo seu intento, no caminho da felicidade.

Santidade

Terceiro dia da Festa da Igreja. Alegremo-nos no Senhor, neste dia em que contemplamos outra das maravilhas de Deus, diz o Bento XVI na abertura de sua homilia proferida na Celebração da Eucaristia, realizada hoje pela manhã, no Campo de Marte, em São Paulo.

Não havia lugar melhor para o Papa falar sobre santidade. Eis a outra das maravilhas de Deus: a graça da canonização de Frei Antônio de Sant'Ana Galvão. Disponibilidade, conselheiro pacifista, dispensador da caridade, zeloso, sábio e prudente são algumas das muitas virtudes de Frei Galvão que devem emoldurar a vida do cristão.

Santidade não é um acessório. Mas algo a ser buscado no quotidiano da vida. O Papa lembra a passagem bíblica: "Deus disse: Sede santos, como Eu sou santo (Lv 11,44). "

Nesse sentido, a homilia do Papa incita cada um a viver a santidade no seu estado de vida, para revelar ao mundo o verdadeiro rosto de Cristo, nosso amigo.

Revelar ao mundo o rosto de Cristo é testemunhar e conseqüentemente evangelizar.

E, por falar em evangelização, Bento XVI toca na liturgia eucarística: "os ritos prescritos (...) estão sempre a indicar na liturgia eucarística o cerne de toda obra de evangelização." E isso é possível se os ritos forem cumpridos com exemplaridade. O Papa está a sinalizar que a exemplaridade com que os ministros ordenados cumprem os ritos é oportunidade de transmissão do conhecimento da fé.

O Papa tem a consciência, e a revela, que a modernidade não conseguiu realizar os anseios que dizem respeito à felicidade do homem. Ao contrário, lançou-o num vazio, preenchido por tantos desvalores (a razão como único juiz, a banalidade da vida, o dinheiro como deus, armamentismo, hedonismo, egoísmo...). Como antídoto a esses desvalores o Papa coloca a santidade, cujo conteúdo (como a defesa da vida desde a concepção, matrimônio, castidade...) parece contrastar com a mentalidade hodierna alimentada pela temporalidade, pela materialidade.

Bento XVI é profeta. Denuncia, aponta desvios, defende a vida, indica a solução. Confirma na fé os fiéis e firma-os na unidade.

Juventude em clima de Jornada Mundial

Neste segundo dia de visita, o Papa se encontrou com os jovens do Brasil e da América Latina no campo do Pacaembu, em São Paulo. Bento XVI foi efusivamente ovacionado pelos jovens.

O clima foi de Jornada Mundial da Juventude, tamanha era a dimensão do evento, e a ele presentes jovens de vários países da América Latina.

No centro do encontro, a celebração da Palavra de Deus, ou seja, a proclamação solene da passagem do Evangelho de Mateus sobre o jovem rico. Em cima da Palavra proclamada, o Papa fez seu discurso (homilia).

Aos jovens o Papa disse: "(...) vós sois o presente jovem da Igreja e da humanidade. Sois seu rosto jovem".

Esse presente precisa ser cuidado hoje. Não fazer como o jovem do Evangelho de Mateus, mas ter a coragem de apostar tudo em Cristo. Uma vez apostado, com a graça, tudo é possível.

Cristo chama a juventude de hoje a preencher o vazio deixado pelo jovem do Evangelho. Seja, pois, dado à juventude o espaço, estimulando-a a preenchê-lo.

O Papa enfatizou o valor do matrimônio, da castidade, ou, em outras palavras, a vida regrada conduz à felicidade.

Alerta aos jovens: a ordem social, econômica e política deve haurir sua fonte no Evangelho e na Doutrina Social da Igreja. Com isso, o Papa quer evitar desvios, com apelo a ideologias que possam confrontar com os princípios do Evangelho.

O Papa espera que os jovens tomem dianteira - sejam protagonistas - para construção de uma sociedade mais justa e mais fraterna.

Em verdade, essas coisas não podem ficar apenas como registro discursivo, mas precisam ser postas em prática com maturidade a partir das paróquias e dos movimentos eclesiais. Do contrário a Igreja continuará envelhecida, estacionada, sem a novidade e o vigor da juventude. E a missionariedade exige o desalojamento das mesmices, do comodismo, da inércia e da indiferença.

Bento XVI acorda e impulsiona a juventude a ir para águas mais profundas.

Juventude: em suas mãos o futuro da Igreja, peregrina, santa e pecadora. Mas, Igreja de Cristo.

Crédito da imagem: Rubens Cavallari/Folha Imagem.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Bento XVI: uma visita além fronteiras

No discurso de chegada ao Brasil, Bento XVI afirmou: "A minha visita (...) tem um objetivo que ultrapassa as fronteiras nacionais: venho para presidir, em Aparecida, a sessão de abertura da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e Caribenho".

Seu pé teológico está em cada país que compõe o CELAM; povos aos quais se estende a saudação de chegada do Papa. O que o Papa falar em Aparecida valerá diretamente para toda América Latina e Caribe.

O Brasil servirá de berço para as propostas eclesiais que nortearão o futuro da Igreja, quer aqui, quer acolá. Para onde o Brasil católico pender, penderá o catolicismo mundial. O futuro da Igreja Católica se experimenta e se decide neste solo. O Brasil é o maior país em número de católicos do mundo.

Esta visita papal enfoca: a abertura da 5ª CELAM em Aparecida; o seu alcance latino-americano e caribenho; e seu caráter essencialmente religioso.

Caberá à 5ª CELAM reforçar os valores radicalmente cristãos e dentre muitos o de "promover o respeito pela vida, desde a sua concepção até o seu natural declínio, como exigência própria da natureza humana", afirma o Papa. E ainda: "fará também da promoção da pessoa humana o eixo da solidariedade, especialmente com os pobres e desamparados".

Deduz-se da colocação feita por Bento XVI que a questão do aborto será tratado pela Conferência de Aparecida, cuja conclusão, como se sabe, terá incidência não só no Brasil mas também em todos os demais países da América Latina e do Caribe.

A promoção da pessoa humana, com referência especial aos pobres e desamparados, e que o CELAM já persegue desde Medellín, também será objeto da 5ª CELAM. Desta questão, hoje não menos preocupante, a 5ª CELAM não poderá fugir.

Na carona desse tema (especialmente com os pobres e desamparados), a Teologia da Libertação recebeu de Bento XVI a anotação de que "há um espaço legítimo no debate".

E o vaticanista estadunidense John Allen Jr., autor de biografias sobre Bento XVI, afirmou que: "(...) as pessoas interpretaram uma advertência recente feita ao teológo Jon Sobrino como uma nova tentativa de enquadrar a teologia da libertação. Mas essa advertência não teve nada a ver com a teologia da libertação e tudo a ver com o que o papa considera uma cristologia errada".

Ainda no bojo da Teologia da Libertação, sobre Dom Oscar Romero, arcebispo de San Salvador, morto enquanto celebrava a Eucaristia, Bento XVI declarou que "O arcebispo Romero foi uma grande testemunha da fé cristã, um homem de paz e que estava contra a ditatura".

A 5ª CELAM se encarregará de cuidar da família, da juventude e dos povos indígenas.

O Papa com certeza tem agenda aberta para falar sobre temas que lhe pareçam relevantes (família, juventude...), independentemente de as Conferências Episcopais (CNBB e CELAM) delas tratar.

Bento XVI vem cativando o povo. Suas aparições no balcão do Mosteiro de São Bento que o digam. E na fé ele vai confirmando os fiéis.

Papa entre nós

Bento XVI cumpriu folgadamente a programação do primeiro dia. Seu avião, aliás, aterrisou em Cumbica com cerca de meia hora antes do horário previsto.

Da sacada do Mosteiro de São Bento, o Papa disse que É uma Igreja em Festa! Isso faz um diferencial muito grande. Não é qualquer multidão, mas aquela que se une ao sucessor de Pedro e com ele se reúne, formando a comunidade (Igreja) dos seguidores de Cristo, pode entrar em festa. E a festa se prolonga por todos estes dias de estadia do Papa entre nós.

O Papa foi carinhosamente recepcionado. O povo acorreu ao seu encontro. O Papa é um símbolo e como tal atrai sobre si a presença do divino, do mistério, do extraordinário. O Papa pode ser visto, está próximo, pode ser tocado. Então, o povo sente a necessidade de fruir ao máximo essa mediação direta entre o Papa e Deus. Ele é o símbolo do Cristo.

Esse foi o primeiro dia - quarta-feira.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Papa já está a caminho do Brasil

Bento XVI e comitiva deixaram Roma hoje, quarta-feira, às 9h08 horas (horário local), ou 04h08 no horário de Brasília, com destino ao Brasil.

O avião papal deverá chegar ao aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), às 16h30 (horário de Brasília).

terça-feira, 8 de maio de 2007

Jesus de Nazaré

Podemos nos referir ao recente livro Jesus de Nazaré, de autoria do teólogo Joseph Ratzinger, hoje papa Bento XVI, como uma situação de calmaria que se segue a uma tempestade.

Pois bem, em 1945 foi descoberta uma biblioteca de textos antigos, conhecidos como Evangelhos Gnósticos, ou Evangelhos Apócrifos, no local denominado Nag Hammadi, no Egito.

E ainda: em 1964 foi publicada a segunda edição, em alemão, do livro Ortodoxia e Heresia no Cristianismo Primitivo, de autoria de Walter Bauer, cuja primeira edição saira em 1934, mas sem tanta divulgação quanto a segunda edição.

A descoberta dos textos antigos e a publicação do livro de Bauer despertaram e têm sustentado o surgimento de vasta literatura destinada ao grande público. Obras como O Código Da Vinci, de Dan Brown, e Os Evangelhos Gnósticos, de Elaine Pagels, da Universidade de Princepton, se situam nessa linha de literatura.

A respeito, Darrell L. Bock, professor e pesquisador no Seminário Teológico de Dallas, no Texas, afirma que "Essas tantas obras novas não são acidentes. Existe um esforço orquestrado para mudar nossa história e a maneira como olhamos para nossas raízes religiosas e culturais" (Os Evangelhos Perdidos, tradução de Emirson Justino, Rio, Thomas Nelson Brasil, 2007, pág. 17).

O livro do papa, se assim podemos dizer, procura recolocar as coisas em seu devido lugar, como que respondendo à tempestade de teorias diversas levantadas ultimamente a respeito de Jesus.

Nesse sentido, o primeiro volume de Jesus de Nazaré estará em breve, em tradução vernácula, para reaproximar o Jesus histórico do Cristo da fé. E a bonança virá.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Bento XVI em visita pastoral



Bento XVI estará fazendo a sua primeira visita ao Brasil como papa. Sua visita tem como objetivo central a abertura da 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, que congrega a metade da população católica mundial.

É uma visita de cunho pastoral. Afora o encontro com os delegados à 5ª Celam, o papa estará reunido com os bispos brasileiros. É desses encontros entre pares no episcopado que nascerão ou serão maturados os temas fundamentais para o cristianismo, na sua vertente católico-romana, para o continente.

Espera-se que a preocupação seja a formação qualitativa dos cristãos e a inserção em pé de igualdade da Igreja nas discussões nacionais relevantes.